Ata da reunião mensal de 11 de agosto de 2021

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Aos onze dias do mês de agosto de dois mil e vinte e um, na nova sede da Academia Paranaense de Letras no andar superior do Belvedere, sito à Rua Kellers, na Praça João Cândido, realizou-se a primeira reunião mensal de 2021, sob a presidência do acadêmico Ernani Buchmann, estando presentes os seguintes acadêmicos: Dante Mendonça, Rui Cavallin Pinto, Guido Viaro, Paulo Vítola, Marta Morais da Costa, Aderbal Fortes de Sá, Maria José Justino e Antônio Carlos Carneiro Neto. Em forma remota, pela internet, participaram Ney José de Freitas, Adélia Maria Woellner, Albino Brito Freire e Nilson Monteiro. Justificaram sua ausência os acadêmicos Darci Piana e Luci Colin. O Presidente saudou a todos e iniciou a reunião mencionando a interrupção de um ano e cinco meses, causada pela pandemia de coronavírus, tão trágica para o Brasil. Informou que a última ata não sofreu nenhuma retificação. Apresentou ao colegiado os participantes virtuais e acentuou a presença de Cíntia Monteiro que assume a secretaria executiva em lugar de Marli Leal, a quem o Presidente e o colegiado prestaram amplo reconhecimento pelo trabalho e dedicação à Academia Paranaense de Letras. Ela havia sido indicada pelo escritório de advocacia do acadêmico Renê Dotti. Em razão de seu infausto falecimento, Marli Leal voltou a trabalhar exclusivamente no referido escritório. O Presidente também registrou o acontecimento inaugural de uma reunião realizada de forma híbrida, com o uso de recursos digitais. A reunião começou com a memorial de perdas dos três acadêmicos durante o período de ausência de reuniões, a saber, dr. Renê Ariel Dotti, advogado e ex-Secretário Estadual de Cultura do Paraná,  o desembargador Joerling Cordeiro Clève e o ex-deputado Federal e ex-Secretário de Estado Léo de Almeida Neves. As homenagens começaram pela leitura de texto escrito pelo dr. Juliano Breda e lido pelo acadêmico Carneiro Neto a respeito do acadêmico Renê Dotti, falecido em 8 de fevereiro de 2021. O texto remonta a fatos ocorridos em 1964 quando dr. Renê Dotti defendeu o advogado Vieira Neto. Começava ali a história de peças jurídicas cuidadosas e eloquentes que o converteram num autêntico símbolo da sociedade de advogados. Foi jurista proeminente com presença marcante nos encontros da OAB nacional. Deixa um espólio de centenas de artigos, crônicas, discursos e livros, com a força e a emoção provindas também da literatura, do cinema e das artes. Tinha verdadeira paixão pelo teatro. O acadêmico Carneiro Neto acrescentou a passagem de ambos pelo extinto Diário do Paraná, informou que dr. Renê era um “coxa branca “ aficionado, até mesmo advogou em defesa do Coritiba. Afirmou que o acadêmico Renê Dotti será mais do que nunca um imortal. O Presidente Ernani Buchmann descreveu a convivência próxima com dr. Renê na disciplina de Direito Penal na UFPR: eram “aulas de sabedoria”. Por não dar aulas no 5º e último ano do curso de Direito, não era lembrado quando se elegia o paraninfo das turmas de formandos. Enquanto estudante, Ernani Buchmann resolveu lançar a candidatura do dr. Renê, que ganhou a disputa no voto e foi a única turma que ele paraninfou em sua carreira docente. Quando dr. Renê foi Secretário Estadual de Cultura indicou Ernani Buchmann para ser conselheiro do Teatro Guaíra, juntamente com Constantino Viaro. A candidatura para a Presidência da Academia Paranaense de Letras foi definida em reunião na casa de dr. Renê.  “Espero que a cidade de Curitiba lhe faça a merecida homenagem”, finalizou o Presidente Buchmann. O acadêmico Guido Viaro exaltou o trabalho do acadêmico como Secretário Estadual de Cultura, lembrando que ele criou o jornal Nicolau que foi uma referência da cultura nacional. O ilustre acadêmico tinha identificação com as artes plásticas e foi a estrela dos fóruns de cultura no Paraná e no Brasil. O acadêmico Dante Mendonça lembrou das falas do dr. Renê nos habituais  jantares de final de ano da Boca Maldita e nas reuniões na sede do Juventus na Rua Carlos de Carvalho. Um dos maiores momentos da cultura foi a homenagem a Bento Munhoz da Rocha Neto, de que dr. Renê participou. Na sequência da reunião, o acadêmico Ney José de Freitas fez a leitura do texto sobre o desembargador Jeorling Cordeiro Cleve, falecido em 25 de junho p.p. Antes da leitura, o acadêmico elogiou “o amigo querido” Renê Dotti, lembrando de uma frase em que ele dizia que “o homem não pode viver sem virtudes especiais na vida: a paixão lúcida e a esperança – a mais doce companheira da alma”. A seguir, apresentou sua homenagem ao acadêmico Jeorling Cleve, biografando a sua trajetória jurídica por comarcas do interior do estado como Foz do Iguaçu, Pato Branco, União da Vitória e outras. Escreveu textos históricos, artigos e discursos. Foi professor, juiz e desembargador  e merece todas as homenagens, deixando uma “doce memória” e uma grande ausência. O acadêmico Ney José de Freitas aproveitou da palavra para enviar “um abraço fraterno a todos os acadêmicos” e a recomendação para que mantenham “o coração aquecido pela presença dos companheiros neste tempo de afastamento.”. O Presidente Ernani Buchmann retomou a palavra para exaltar o acadêmico Joerling Cleve, sempre discreto, mas participativo. Bom historiador do centro-oeste do Paraná, em torno de Guarapuava. Foi uma “figura doce” que entrou para a Academia Paranaense de Letras por insistência do acadêmico Renê Dotti. Sua posse se deu no Instituto dos Advogados do Paraná e sua última participação foi na posse da Diretoria da APL em março de 2017. O Presidente interrompeu a reunião para anunciar a visita da equipe de filmagem da TV Educativa do Paraná, que fará seu trabalho ao mesmo tempo em que as homenagens aos acadêmicos falecidos continuará. O acadêmico Ernani Buchmann apresentou a homenagem ao acadêmico Léo de Almeida Neves, um “verdadeiro humanista” que vivenciou o fim do velho Partido Trabalhista Brasileiro, o PTB; que sofreu uma espúria cassação de mandato de deputado federal e que entrou para a APL para ocupar a cadeira 26 por indicação dos acadêmicos Belmiro Valverde Castor, Albino Freire, Valério Hoerner Júnior e Ernani Buchmann. Dotado de honestidade intelectual, de caráter de verdadeiro homem público, encarou sua candidatura com simpatia, após aceitar a indicação final do então Presidente da APL, Túlio Vargas. Foi recepcionado pelo acadêmico Belmiro Castor que começou seu discurso lendo a ficha de Léo de Almeida Neves no DOPS. Foi o deputado mais votado do estado do Paraná e mudou-se para São Paulo, onde veio a falecer devido a vários problemas de saúde, acrescidos pela COVID. Fez parte de várias entidades; teve coerência política, rigor administrativo e produção intelectual. Tinha muita preocupação com o país e foi figura de rara honestidade intelectual. Finalizadas as homenagens, abriu-se a palavra aos presentes. O acadêmico Nilson Monteiro lembrou a grande responsabilidade dos membros da APL na escolha de novos acadêmicos que possam estar à altura dos falecidos. O acadêmico Dante Mendonça perguntou se poderíamos abrir desde já a eleição para estas três vagas. Ficou estabelecida a abertura do processo para preenchimento da Cadeira nº 3. O acadêmico Carneiro Neto afirmou que os acadêmicos Renê Dotti e Léo de Almeida Neves “aprenderam a ser o que foram na redação do Diário do Paraná”. O Presidente informou sobre a sua sucessão na Presidência da APL, fazendo referência a que o novo Estatuto veda a recondução depois de dois mandatos. Acrescentou que tem problemas a resolver na vida profissional e gostaria de propor uma Assembleia para a eleição de nova diretoria em outubro com posse em dezembro de 2021, “em almoço que faremos aqui no Belvedere”. Estão convidados todos a se manifestar e se voluntariarem para trabalhar pela Academia Paranaense de Letras. O acadêmico Dante Mendonça propôs programar para final de setembro um lançamento coletivo das obras publicadas pelos acadêmicos durante a pandemia. Decidiu-se que a próxima reunião ordinária da APL será no dia 15 de setembro, em novo horário, às 15h30. O lançamento coletivo, por votação, ficou para o dia 18 de setembro, sem aglomeração, nas dependências do Belvedere. O Presidente cumprimentou o acadêmico Guido Viaro que recebeu o Prêmio Paraná de Literatura da Biblioteca Pública do Paraná, na categoria romance, depois de muito tempo sem que um autor paranaense ganhasse o referido prêmio. O Presidente referiu-se ainda à necessidade de pagar a conta de manutenção dos elevadores. O acadêmico Nilson Monteiro lembrou que nossa Academia vive da anuidade dos acadêmicos, que precisam pagá-la. O acadêmico Dante Mendonça sugeriu que a secretária Cintia Monteiro mandasse uma mensagem sobre esse assunto a todos os acadêmicos. O Presidente informou que foi referendada a prorrogação do mandato da atual diretoria e que foi preciso registrar a ata em cartório. Os custos desses registros foram cobertos pela presidência e pela tesouraria. O acadêmico Nilson Monteiro sugeriu que os três textos de homenagens sejam postados no site da Academia, no que foi apoiado por todos os presentes. O acadêmico Rui Cavallin solicitou cópia do texto de homenagem de Juliano Breda ao acadêmico Renê Dotti. O Presidente sugeriu que Deonísio da Silva, membro honorário da APL, seja convidado para o lançamento; que deveríamos divulgar a Academia e fazer uma estante com nossos livros. O acadêmico Dante Mendonça ficou encarregado da divulgação do evento de lançamento. O Presidente finalizou a reunião narrando a saga de aquisição do púlpito que se encontra agora nas dependências do Belvedere, na sala de reuniões. E com estas palavras encerrou-se a reunião, cuja ata lavrada será assinada pelo Presidente e por mim, secretária.

 

Curitiba, 11 de agosto de 2021.

 

Ernani Buchmann                                                     Marta Morais da Costa

Presidente                                                                        Secretária

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