Ata da reunião ordinária de 10 de abril de 2019

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Aos dez dias do mês de março de dois mil e dezenove, no 2.º andar das instalações do Senac, à rua André de Barros, 750, realizou-se a reunião mensal ordinária da Academia Paranaense de Letras, sob a presidência do acadêmico Ernani Buchmann, estando presentes os seguintes acadêmicos: Eduardo Rocha Virmond, Adélia Maria Woellner, Laurentino Gomes, Chloris Casagrande Justen, Ario Taborda Dergint, Nilson Monteiro, Albino Brito Freire, Cecília Maria Vieira Helm, Clemente Ivo Juliatto, Antônio Carlos Carneiro Neto, Rui Cavallin Pinto e Marta Morais da Costa. O Presidente Ernani Buchmann saudou a todos, agradeceu a presença e apresentou os convidados da reunião: Adriano Trentin, Dirceli Palma de Lima e a pedagoga Maristela Bruneri, do Sesc de Curitiba, e Luiz Manfredini, o palestrante da reunião. A leitura do Credo Acadêmico foi realizada pela acadêmica Marta Morais da Costa, finda a qual se apresentaram aos convidados os acadêmicos presentes. O presidente passou, em seguida, a fazer algumas comunicações. Justificou a ausência dos acadêmicos Roberto Mugiatti, que está trabalhando em um novo livro, e de Léo de Almeida Neves. A acadêmica Etel Frota solicitou justificativa de ausência por se encontrar em viagem. O presidente informou ainda que o acadêmico Renê Ariel Dotti lançou um blog pessoal em que narra sua vida e suas ações; que o acadêmico Ivo Clemente Juliatto acaba de chegar de Lima, no Peru, onde recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidad Católica de Lima, com direito a estola, medalha e diploma; que o jornal gaúcho O Nheçuano prestou homenagem à acadêmica Adélia Maria Woellner, realizando em seu número 40 uma extensa entrevista com a poeta; que houve o lançamento do perfil da acadêmica Chloris Casagrande Justen, exaltando a importância de suas atividades para o estado do Paraná; que a acadêmica Cecília Maria Vieira Helm foi entrevistada pelo jornalista Aroldo Murá para tratar do assunto relacionado aos povos kaingang e guarani. A seguir, o acadêmico Ruy Cavallin Pinto comunicou que tem a gravação da cerimônia de posse do acadêmico Laurentino Gomes na Academia Paranaense de Letras, inclusive contendo a fala da mãe do empossado, entregando cópia ao confrade acadêmico. Acrescentou que em seu recente artigo, intitulado “Os crimes do Império”, inclui informações sobre D. João VI e seus herdeiros que vêm se somar ao trabalho de Laurentino Gomes. O acadêmico Eduardo Rocha Virmond acrescentou que foi dele a saudação feita ao ilustre acadêmico Laurentino Gomes e a sessão foi presidida pelo então presidente da APL, acadêmico José Carlos Veiga Lopes. O acadêmico Laurentino Gomes agradece ao gesto do Dr. Rui Cavallin e enfatiza a importância para ele desse documento. Comunica também que foi convidado pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, para fazer uma palestra intitulada “A corrupção no Brasil”, no dia 14 de junho próximo. O acadêmico Nilson Monteiro informa que, por iniciativa da acadêmica Etel Frota, haverá a leitura de fragmentos de textos seus e do acadêmico Marcio Renato dos Santos na Rádio Educativa, às 20h30 do dia de hoje. O presidente passou, então, a apresentar o palestrante da reunião. Afirmou que Luiz Manfredini tem longa carreira no jornalismo e que tem com ele uma relação fraternal. Além de jornalista, escreveu dois romances e agora está lançando a história da vida de Wilson Bueno, de quem era amigo de infância e conterrâneo. O palestrante iniciou sua apresentação falando de sua participação no Centro de Letras do Paraná, em que ele e Wilson Bueno durante a juventude promoviam sessões lítero-musicais, ao mesmo tempo em que publicavam na Gazeta do Povo e no Correio do Paraná. Ambos queriam ser escritores. Argumentou que Wilson Bueno é um escritor injustiçado e não escrevia para o mercado. Ressalta que seu livro não é uma biografia, mas conta uma história em linguagem jornalística e que o livro acabou sendo um “voo livre” para apresentar um personagem controverso. Ressaltou também alguns pontos relevantes da obra de Wilson Bueno: a obsessão pela literatura vinda desde a infância; uma profunda insegurança sobre sua capacidade de escrever algo memorável; a busca por um estilo – mesmo que cada livro de Bueno possa ser associado a um diferente estilo, seguindo influências de Clarice Lispector, Machado de Assis, Guimarães Rosa e Kafka; o culto à linguagem – para Wilson Bueno, o mais importante dos ingredientes ficcionais. Dizia mesmo que “todos os meus personagens nascem da linguagem”. O resultado é uma literatura de difícil leitura para um leitor médio. de tal forma que, na tradução para o inglês de “Mar paraguayo”, a tradutora se serviu de um dialeto da língua. Após alguns dados biográficos do escritor falecido, Luiz Manfredini detalhou momentos da vida e da carreira do biografado e registrou sua alegria de rever amigos, como os acadêmicos Laurentino Gomes, Cecília Helm, Nilson Monteiro e Ernani Buchmann. Após os aplausos, seguiu-se a participação dos presentes. O acadêmico Nilson Monteiro parabenizou o palestrante e falou da mistura mágica de jornalismo, biografia e ficção que é a obra lançada por Luiz Manfredini. Confessou que ficou estupefato com a biografia do escritor falecido e afirmou o peso enorme que a literatura de Wilson Bueno tem na cultura nacional. O presidente Ernani Buchmann declarou sua admiração pela literatura de Wilson Bueno, à altura da pessoa que ele era. Elogiou o livro de Manfredini como uma obra exemplar de um jornalista que se dedicou ao assunto e lhe deu um tratamento de grande reportagem. A acadêmica Chloris Casagrande Justen parabenizou a equipe do Sesc/Senac presente à reunião disposta a falar de nossa realidade e apoiar a presença da história do Paraná nos estabelecimentos sob responsabilidade das entidades e declarou-se surpresa com o folheto publicado com a sua biografia. O palestrante Luiz Manfredini informou que fez várias palestras nas escolas e nas universidades sobre a história do Paraná, patrocinadas pela ex-secretária da Cultura Vera Mussi. A acadêmica Chloris Justen informou que foi criada a lei n.º 18.383 que obriga a ensinar nossa história, mas ainda não foi regulamentada. Não há nenhum conteúdo na grade de disciplinas relativo ao Paraná. Já o acadêmico Darci Piana fez um projeto nesse sentido para as escolas do Sesc. A seguir, o presidente passou a palavra à pedagoga Maristela Bruneri, diretora de Educação do Sesc, que apresentou os resultados do projeto “Lendas do Paraná”, realizado em parceira com a APL. Segundo ela, houve atropelos, mas serviram como aprendizagem. Em 2018, foram inscritas 7.159 lendas, mais de 100 municípios participaram e 90 foram os textos premiados. Um dos premiados, aluno de Maringá, recebeu como reconhecimento o prêmio de Mérito Comunitário concedido pela Câmara Municipal. Haverá nova edição em 2019, a estrutura de apoio será renovada e ela espera contar novamente com a parceria da Academia Paranaense de Letras. Foram distribuídos, na ocasião, exemplares das lendas premiadas, que receberam amplos elogios. A acadêmica Cecília Helm afirmou que as escolas indígenas recolheram lendas e que tem várias dessas histórias, muitas de Guarapuava, e citou como exemplo a lenda do rio Tibagi. A convidada Maristela Bruneri encerrou sua fala esperando contar com o apoio e o conhecimento dos acadêmicos presentes. A acadêmica Chloris Justen ressaltou que há duas dificuldades no ensino da história do Paraná: o Ensino Fundamental não tem a disciplina e os professores ficam na superfície dos assuntos, quando os tratam. Mas que continua encantada com o assunto e disposta a continuar enfrentando esse desafio. A acadêmica Adélia Woellner informou que tem um artigo sobre a história do Estado contada por meio de poemas. A acadêmica Marta Morais da Costa defendeu a ideia de que o Paraná não deveria ser apenas o conteúdo de uma disciplina específica, mas um modo de tratar a realidade paranaense em qualquer disciplina escolar ou universitária. Na segunda parte da reunião, o presidente deu informações a respeito da vistoria realizada no Belvedere. Há tratativas entre Senc e Ippuc para efetivar o espaço térreo da cafeteria. É do interesse do prefeito, acadêmico Rafael Greca, inaugurar a sede da APL na primavera deste ano. Será reformulado todo o espaço da área externa, com iluminação, policiamento e integração do prédio à praça. No segundo andar, estará a sede da Academia. “Em seis meses teremos que ter o espaço decorado”, disse. Provavelmente será utilizada uma mesa de 3,80 m doada pela OAB, talvez caibam algumas estantes. Há tratativas para o recebimento em doação da biblioteca do prof. Léo Barsotti à Academia, cujo acervo está sediado na biblioteca do Sesc da Esquina. O presidente ainda enfatizou a necessidade de planejar e organizar o “Observatório da Cultura Paranaense”. Entidades independentes de Curitiba poderiam criar um fórum informal com esse propósito. Segundo o presidente, sua preocupação é viabilizar financeiramente a APL. Comunicou que o acadêmico Marcio Renato dos Santos renunciou ao cargo de tesoureiro e será substituído pelo acadêmico Nilson Monteiro, que acumulará duas funções. Há tratativas com os acadêmicos Flávio Arns e Oriovisto Guimarães, senadores da República, no sentido de garantir a proposição de emendas impositivas pelos respectivos gabinetes para garantir recursos à APL. O escritório do acadêmico Renê Ariel Dotti, diretor jurídico da entidade, estuda as exigências federais para que a Academia se habilite a essas verbas. A acadêmica Adélia Woellner sugeriu que os autores acadêmicos pudessem colocar à venda exemplares de suas obras no futuro café da Academia, no Belvedere, e foi apoiada pelo plenário. O presidente deu ciência do lançamento de livro de Guilherme Campos na livraria Arte & Letra no dia 13 próximo, às 11 horas. Acusou ainda o recebimento de correspondência convidando a todos para a Semana Literária do Sesc e para as atividades no Paço da Liberdade. Agradeceu aos presentes e declarou encerrada a reunião, da qual eu, secretária, lavrei a presente ata que irá assinada pelo presidente e por mim.

 

Curitiba, 10 de abril de 2019

Ernani Buchmann             Marta Morais da Costa

Presidente Secretária

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