Ata da reunião ordinária de 10 de maio de 2017

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Aos dez dias do mês de maio de dois mil e dezessete, no 2º andar das instalações do SENAC, à rua André de Barros, 750, realizou-se mais uma reunião mensal ordinária da Academia Paranaense de Letras, sob a presidência de Ernani Lopes Buchmann, estando presentes os seguintes acadêmicos: Eduardo Rocha Virmond, Chloris Casagrande Justen, Nilson Monteiro, Ricardo Pasquini,  Adélia Maria Woellner,  Leo de Almeida Neves, Ario Taborda Dergint, Flávio Arns, Maria José Justino, Guido Viaro Neto, Carneiro Neto, Rui Cavallin Pinto, Albino Freire, Paulo Venturelli e Marta Morais da Costa. Foram justificadas as ausências dos acadêmicos Paulo Torres, Darci Piana e Cecília Maria Vieira Helm. Na abertura da sessão, o presidente Ernani Buchmann saudou o Desembargador Jorge de Oliveira Vargas, convidado da Academia para esta reunião. A seguir, houve a apresentação nominal de todos os acadêmicos presentes. O acadêmico Paulo Venturelli leu o Credo Acadêmico. De imediato, passou-se à pauta da reunião. O convidado foi saudado pelo acadêmico Albino Freire. O dr. Jorge de Oliveira Vargas é Desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, mestre e doutor e pós-doutor pela Universidade Federal do Paraná, membro da Academia Paranaense de Letras Jurídicas, professor universitário e coordenador da Comissão de Preservação da Memória do Poder Judiciário Paranaense e da Comissão Permanente de Jurisprudência, Revista, Documentação e Biblioteca do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, além de autor de vários livros e capítulos de livros jurídicos. O ilustre convidado iniciou tratando de seu trabalho frente à Comissão de Preservação da Memória do Poder Judiciário Paranaense, esclarecendo que para fazer o resgate dessa história é impossível separá-la da história do Paraná e, igualmente, fazê-lo sem a participação da Academia Paranaense de Letras. Ressaltou pontos específicos de nossa história, como as cidades de Palmas e Curitiba, a constituição do povo paranaense, a obra de David Carneiro, a fazenda Fortaleza , o sincretismo religioso, o papel de Wilson Martins,  a importância do jurista Vieira Neto, “uma das maiores expressões jurídicas do Paraná”. Tendo em vista esse projeto de resgate da memória, o dr. Jorge Vargas veio até a Academia Paranaense de Letras propor uma parceria. De imediato, o presidente Ernani Buchmann afirmou que a Academia será parceira desse projeto. O desembargador Jorge Vargas também expressou  sua satisfação em conhecer pessoalmente o acadêmico Leo de Almeida Neves, “uma pessoa e uma biografia importantes no Paraná e no Brasil”. Após a saída do desembargador, a reunião seguiu com a ordem do dia. O presidente passou a palavra à acadêmica Chloris Casagrande Justen que apresentou cópia do relatório final de suas duas gestões (2012-2016), organizado em capítulos assim discriminados: 1. Pequeno histórico da APL; 2. A Academia Paranaense de Letras; 3. Encontros culturais da Academia; 4. Credenciamento da Academia; 5. A formação do homem paranaense; 6. A comemoração dos 80 anos da APL; 7. O Projeto “Uma sede para a Academia”; 8. A lei nº18383/2011 – Observatório da

Cultura Paranaense; 9. O Belvedere; 10. Diretorias; 11. Membros da Academia Paranaense de Letras.  O volume do relatório apresenta farto material documental e fotográfico. A acadêmica Chloris Justen colocou em destaque a atuação do acadêmico Flávio Arns por seu apoio, em especial na conquista do Belvedere e no encontro das academias do estado. Acompanhou a entrega do relatório ao presidente Ernani Buchmann com objetos que estavam sob sua guarda: uma placa, um voto de louvor da Câmara Municipal de Curitiba e um busto de Platão, doação da acadêmica Clotilde Geminiani. A acadêmica Chloris Casagrande Justen agradeceu o apoio de todos durante suas gestões e acrescentou que o trabalho é uma honra e uma graça, porque recebe constante motivação dos acadêmicos da APL. O presidente Ernani Buchmann informou que todo o acervo da Academia já se encontra na Biblioteca Norton Macedo, localizada no 1ºandar do SESC da Esquina, à exceção do piano, doação do acadêmico Ulisses Vieira,  ainda de posse do Centro de Letras do Paraná, e que os objetos recebidos na presente sessão serão incorporados ao referido acervo. A seguir, passou a palavra ao acadêmico Paulo César Venturelli para sua palestra sobre a obra de Luís Felipe Leprevost. O acadêmico apresentou o autor como um dos “expoentes da nova geração de autores paranaenses”, autor de contos e romances, com linguagem experimental. É ator, performer e dramaturgo. São marcantes em sua obra a mordacidade, o sarcasmo e a violência urbana. O centro da fala do acadêmico Paulo Venturelli foi a obra “Dias nublados”, em que o protagonista é um flâneur em um mundo em ruínas, deslocado, sem eixo. O romance se aproxima da produção literária do escritor João Gilberto Noll. Leprevost cria um romance complexo e, provavelmente, “o melhor livro produzido aqui há muito tempo”. A palestra foi muito aplaudida ao seu final. O acadêmico Nilson Monteiro sugeriu que o relatório da acadêmica Chloris Justen e o texto da palestra sejam incluídos no site da Academia, no que foi apoiado pelos presentes. A seguir passou-se à leitura do parecer da Comissão encarregada da análise das candidaturas a cadeira nº 31 da APL. Os membros da comissão foram os acadêmicos Albino Freire (presidente), Adélia Woellner e Ricardo Pasquini. Este último pediu a palavra para expressar sua opinião pessoal sugerindo que a comissão de análise deva fazer também um exame do mérito das candidaturas, porque como está no Estatuto ela apenas verifica o cumprimento, ou não, das  normas regimentais. O presidente da comissão apresentou o relatório sobre as duas candidaturas: Roberto Gomes e Ethel Frota cumpriram as normas estatutárias e, portanto, têm plena condição de ocupar a cadeira em tela e honrar seus antecessores. O acadêmico Ricardo Pasquini expressou sua preocupação em relação aos critérios da seleção, em que vê um grau elevado de subjetividade, dado que o Estatuto não é claro em relação ao assunto. Considerou que o conteúdo é mais importante do que o número de obras e sugere que talvez fosse recomendável que pessoas mais relacionadas com as áreas de conhecimento e atuação dos candidatos pudessem orientar os votantes. O presidente Ernani Buchmann considerou que sempre estaremos sujeitos a um processo subjetivo de avaliação; às vezes, até por amizade. A atual composição da APL demonstra o caráter eclético de seus membros, aliado ao real significado cultural e representativo no conjunto da sociedade. A comissão apresentou essas pessoas por meio de um parecer, e esta é uma função muito importante. E cumprimentou os membros da comissão pela objetividade e correção do parecer. O acadêmico Nilson Monteiro considerou que a APL tem tido bons candidatos e que talvez fosse necessário ter mais informações. Sugeriu que os candidatos fossem convidados a conversar com os acadêmicos em falas de 10 a 15 minutos sobre sua trajetória intelectual.  O presidente Ernani Buchmann objetou que corremos o risco de ter candidato único e não gostarmos de sua fala. O acadêmico Leo de Almeida Neves considerou que a documentação já é suficiente para alicerçar os votos e que a conversa se faz desnecessária, além de constrangedora, e que nada impede que o pretendente não escolhido possa se candidatar novamente. O acadêmico Nilson Monteiro argumentou que não vê na lista de obras nenhum constrangimento para os candidatos, mas retirou sua sugestão. O acadêmico Ário Dergint considerou que, realmente, os critérios serão sempre subjetivos e que se deve considerar a sintonia da linha de atuação do candidato com os princípios da Academia. Sugeriu que o candidato eleito precisa se comprometer com os deveres acadêmicos, por vezes não esclarecidos de todo a cada um deles.  A acadêmica Maria José Justino considerou que a orientação do parecer da comissão de avaliação já permite votar e que o julgamento de um candidato não se faz pelos quinze minutos de exposição, mas pela obra construída ao longo do tempo. O presidente Ernani Buchmann declarou, então, aberta a votação para a escolha do ocupante da cadeira nº 31, esclarecendo que recebera um voto por correspondência, o da acadêmica Clotilde Geminiani. Votaram, a seguir, os 16 (dezesseis) acadêmicos presentes. O resultado foi o seguinte: o candidato Roberto Gomes obteve 15 (quinze) votos, a candidata Ethel Frota, 1 (um) voto e houve 1 (um) voto nulo. Com este resultado, o presidente declarou eleito o escritor Roberto Gomes para ocupar a referida cadeira vaga. Abriu-se, então, o item Assuntos Gerais. O presidente voltou a tratar da posse dos membros honorários e beneméritos da APL, afirmando que temos a obrigação e recebe-los condignamente. Para tanto o plenário decidiu, por aclamação, que o acadêmico Eduardo da Rocha Virmond fará o discurso de saudação a todos. A cerimônia a ser agendada será ao final da tarde. O presidente também informou que a Academia recebeu convite para a reunião, em outubro, na cidade de Cornélio Procópio, da ALCA (Associação das Academias de Letras, Ciências e Artes do Paraná). Foram indicados para representar a APL, com a aprovação do plenário, os acadêmicos Nilson Monteiro e Maria José Justino. O presidente informou que a Academia Paranaense de Letras não será associada da Associação das Academias do Paraná, como decidido anteriormente pelo plenário, por não se sujeitar a nenhuma outra instituição, a não ser à Academia Brasileira de Letras, mas que estaremos sempre solidários às ações da ALCA. O acadêmico Nilson Monteiro solicitou doação de livros para a implantação da biblioteca no CMEI do Ganchinho. Solicita que os livros sejam encaminhados para a biblioteca Norton Macedo, no SESC da Esquina. O acadêmico Eduardo Virmond lembrou que a biblioteca da APL não tem todos os livros dos acadêmicos e solicita a sua doação por parte dos autores para completar o acervo.  Sugeriu que a APL fizesse uma campanha em prol da leitura, haja vista a pouca frequência à biblioteca do SESC, cuja manutenção é de responsabilidade da Federação do Comércio. O presidente informou ainda que o volume que contém a bibliografia dos acadêmicos tem validade até 2021, quando será elaborado novo volume. Agradeceu a presença de todos e encerrou a reunião, da qual lavrei a presente ata, assinada pelo presidente e por mim. Curitiba, 10 de maio de 2017.

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