Nasceu em São João da Graciosa, município de Morre­tes, no dia 13 de agosto de 1871. Funcionário público, dedicou-se de corpo e alma à pesquisa histórica. Perten­ceu ao Instituto Histórico e Geográfico e ao Centro de Letras do Paraná. Foi diretor durante 26 anos do Arquivo Municipal de Curitiba, oportunidade em que publicou e comentou documentos preciosos por meio de 62 bole­tins dos arquivos da Câmara Municipal. Sua mais notável contribuição cultural foi, porém, a Genealogia Parana­ense, obra obrigatória nas prateleiras de historiadores e pesquisadores. Essa obra, em seis volumes, tomou-lhe boa parte do seu tempo em vida, especialmente porque teve como colaboradora fiel sua esposa Astrogilda.

Cumpriu com fervor a promessa que fez junto ao leito de morte de seu amigo Ermelino de Leão: a de continuar a publicação do seu Dicionário Histórico e Geográfico do Para­ná. Autor de expressivos trabalhos como Conjura Separatista; O Guarda-Mor Francisco Marins Lustosa (1917); As Minas de Ouro da Capitania de Paranaguá (1920); Memó­rias da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba (1933); Memória Histórica Paranaen­se (1934), contendo as quatro obras acima; Efemérides Paranaenses (1941), além de biografias, crônicas e artigos esparsos na imprensa. Foi um pesquisador de expressivo talento e respeito. A documentação, nessa época, estava toda centralizada, mas em desordem, em salas da Secretaria de Viação e Obras Públicas, órgão a que pertencia o Arquivo Público do Paraná. Pois ele, paciente e metodologicamente, costumava passar até meses à procura do que pretendia, mesmo com todas as dificuldades que o acesso à documentação apresentava. Foi um colaborador valioso para o historiador Ermelino de Leão quando este desenvolvia o seu Dicionário.

Tinha por lema procurar somente a verdade. Essas verdades ia arquivando criterio­samente em casa, deixando, porém, seus arquivos franqueados ao público. Quando lhe solicitavam cópias, fornecia-as gratuitamente. Esse comportamento pesou-lhe no bolso, ele que era modesto funcionário aposentado da Fazenda Nacional.

Faleceu em Curitiba no dia 11 de setembro de 1937, embalado na saudade de seu pátrio lar, local, como dizia ele: “… solar hospitaleiro, onde a vida era intensamente agi­tada pelo trabalho, mas onde reinava a paz, a abastança, a bondade e o amor.”

Foi o primeiro acadêmico a falecer, antes da Academia Paranaense de Letras completar um ano de fundação. (WB)

Patrono: Telêmaco Augusto Enéas Morocines Borba (1840-1918)
Fundador: Ermelino Agostinho de Leão (1871-1932)
2.º Ocupante: Arthur Martins Franco (1876-1979)
3.º Ocupante: Ruy Christovam Wachowicz (1939-2000)
4.º Ocupante: Raymundo Maximiano Negrão Torres (1925-2006)
5.º Ocupante: Flora Munhoz da Rocha (1911-2014)
6.º Ocupante: Flávio José Arns (1950)