Nasceu em Curitiba, no dia 23 de setembro de 1911, filha de Etelvina Rebelo de Camargo e de Affonso Alves de Ca­margo. Aos sete anos iniciou os estudos no internato do Colégio Cajuru, quando seu pai era Presidente do Estado do Paraná. Terminado o mandato, Affonso foi eleito se­nador, o que levou a família para o Rio de Janeiro. Na en­tão capital federal, Flora estudou no Internato do Colégio Sacré-Coeur de Jesus, até às vésperas de seu casamento, aos 17 anos, com Bento Munhoz da Rocha Netto.

Filha e nora de presidentes do Estado, veio a se tornar também esposa de governador, em 1951. Suas novas atribuições permitiram que realizasse obra admirável no campo social, com a criação no Estado da Legião Brasileira de Assistência. Implantou 40 pos­tos de puericultura nas cidades do interior e a Creche Branca de Neve, para crianças de Curitiba, estendendo o atendimento aos bairros. Fundou, também na capital, a Cidade dos Meninos, para abrigar até 300 adolescentes, sob orientação pedagógica de padres especializados em recuperação e ensino profissionalizante. Teve o privilégio de tornar realidade o que sonhara em seus poemas.

Mãe de cinco filhos (Caetano, Mitzy, Daisy, Sandra e Suzana, que lhe deram 17 netos, 30 bisnetos e três trinetos), nunca interrompeu suas atividades como escritora. Foi, por muitos anos, colaboradora semanal da Gazeta do Povo, do Jornal da Imprensa, do Rio de Janeiro, e da extinta revista O Cruzeiro. Seu conto Elisa teve os direitos com­prados pela Rede Globo, que o adaptou para o programa “Você decide”. Seu poema Canção Nupcial foi musicado pelo maestro Eleazar de Carvalho, apresentado em récita de gala pela Orquestra Sinfônica do Rio de Janeiro, com a soprano Lia Salgado.

Publicou Apontamentos (1954, crônicas); Crônicas de Domingo (1956); Três Menos Um (1956, peça teatral); O Armazém de Seu Frederico (1973, contos); Domingo a Gente se Fala (1975, crônicas); Ida e Volta (1976, flagrantes de viagens); A Beleza de Ser Crian­ça (1977); O Sofá Azul (1980); Bento Munhoz da Rocha Netto e A Imagem que Ficou (1985); Quadros sem Molduras (1986); Entre sem Bater – Memórias (1998).

Recebeu inúmeras condecorações, destacando-se, em 1956, a Lateraeclésia (Vatica­no) e, em 1978, o título de Vulto Emérito, pela Câmara Municipal de Curitiba.

Fundadora da fundação da Academia Feminina de Letras do Paraná, exerceu sua vice­-presidência durante a primeira gestão. Foi membro da Associação de Jornalistas e Es­critores do Brasil, do Centro Paranaense Feminino de Cultura, do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Letras José de Alencar e da União Cívica Paranaense. Tomou posse na APL em 23 de setembro de 2008, no Graciosa Country Club, saudada por Chloris Casagrande Justen. Faleceu em Curitiba em 16 de novembro de 2014.(EB)

Patrono: Telêmaco Augusto Enéas Morocines Borba (1840-1918)
Fundador: Ermelino Agostinho de Leão (1871-1932)
1.º Ocupante: Francisco de Paula Dias Negrão (1871-1937)
2.º Ocupante: Arthur Martins Franco (1876-1979)
3.º Ocupante: Ruy Christovam Wachowicz (1939-2000)
4.º Ocupante: Raymundo Maximiano Negrão Torres (1925-2006)
6.º Ocupante: Flávio José Arns (1950)