Curitibano de 2 de agosto de 1873, ainda pequeno e já órfão de mãe, foi levado para São Paulo por seu pai, Caetano Alberto Munhoz, que o apresentou ao então Padre Alberto (mais tarde Dom Alberto José Gonçal­ves), que o matriculou no Seminário Episcopal. A sua passagem pelos bancos escolares desse estabeleci­mento religioso marcou profundamente sua crença em Deus. Essa formação católica, de início radical, no começo do século XX, encontrou barreiras no ateísmo e anticlericalismo então em moda. A resposta a essa animosidade contra Deus foi tra­duzida no seu livro de estréia, Scalpellum, uma crítica aos versos heréticos de Euclides Bandeira. Sua vida dividiu-se entre compromissos de funcionário estadual e jogos de inteligência. Orador do Clube Católico Paranaense, fundado em 1902, defendeu seus princípios cristãos pela tribuna e pela imprensa. Escreveu romances e travou polêmi­cas com Vicente de Carvalho e com Osório Duque Estrada. Enfrentou adversários do porte do erudito sergipano Sílvio Romero, enfeixando suas controvérsias nos opús­culos Sílvio Romero e o Alemanismo no Sul do Brasil, em 1907, e A Teutofobia do Sr. Sílvio Romero, em 1910, trabalhos que chegaram a merecer não só a transição nos mais destacados órgãos da imprensa paulista e carioca como, até mesmo, tradução e publicação em periódicos alemães que circulavam em Nova York. Amando a sua terra, autêntico propagandista do potencial socioeconômico do Paraná, escreveu, em francês escorreito, Lê Paranápour lÈtranger, em 1907. Incentivador do plantio do tri­go, lançou dois opúsculos, O Pão Brasileiro e O Paraná e o Trigo. Por sua capacidade administrativa chegou a ocupar o posto de secretário-geral do Estado, por sete anos, no governo de Caetano Munhoz da Rocha, período em que esteve investido de extra­ordinária soma de poderes. Destacou-se também como autor teatral, embora tenha enfrentado um meio hostil e acanhado, o que não impediu que algumas de suas peças fossem encenadas por Jaime Costa e Procópio Ferreira.

Faleceu em Curitiba aos 57 anos, em 13 de junho de 1930. (WB)

Patrono: Alfredo Caetano Munhoz (1845-1921)
1.º Ocupante: Laertes de Macedo Munhoz (1900-1967)
2.º Ocupante: João Manuel Simões (1939)