Nasceu em Campo Largo, em 26 de junho de 1900, desfrutando de uma infância sem compromisso, entre as matas, olhando os campos ou fitando a serra, des­cansando à sombra da cúpula das imbuias, cortando as parasitas que se enroscavam ao longo das trepadeiras, armando alçapão aos passarinhos: “Pelas matas cresci. Fui sertanejo e, igual aos índios meus irmãos amados, senti na boca a limpidez e o beijo dos arroios tranquilos e gelados.”

Mais tarde, fixou-se em Imbituva, onde passou a exercer atividades na indústria ma­deireira. Na longa caminhada que a sua profissão impunha, agora a correr entre a capi­tal e Irati, pouco tempo sobrou para o exercício da poesia. Mas nem por isso deixou de escrever para jornais e revistas curitibanos, lançando ainda alguns livros, como Gotas de Orvalho (versos, 1920), Tragédia Humana (poema, 1936), Rincão Natal (sonetos, em duas edições, 1937 e 1953), Cantigas do Outono (poesias, dezembro de 1952) e Meu Coração (poesias, edição do Centro de Letras do Paraná, 1955).

Entrou para Academia Paranaense de Letras em 1940, estudando a vida e a obra do fundador de sua cadeira, Clemente Ritz, O Romeiro de Eleusis. No entanto, devido ao seu temperamento introvertido, arredio ao convívio mais aberto, não participava com muita assiduidade das reuniões acadêmicas e centristas — embora elevado à categoria de sócio benemérito do Centro de Letras em fevereiro de 1952 — e nem das rodas sociais do Clube Curitibano. Entre seus inéditos vale ressaltar o Livro da Saudade (poemas), Telas Paranaenses (sonetos regionais), Da Serra da Esperança (crônicas e apreciações literárias) e Marcos da Grandeza de Irati, cidade onde viveria o resto de sua existência.

Inteiramente voltado para a natureza, sem chegar a perceber que o tempo deslizava, ao se dar conta dos cabelos brancos, confessava-se neste final de soneto: “E veio o outono agora… Alucinado,/ busco de novo as emoções, mas, perto vejo/em ruínas, as glórias do passado.//Compreendo, então, que, errante, no deserto, só levo um peito às ilusões fechado,/e um coração para a saudade aberto!”

Faleceu em Irati, em dezembro de 1973. (WB)

Patrono: Dr. João José Pedrosa (1845-1882)
Fundador: Clemente Ritz (1888-1935)
2.º Ocupante: Christovam Colombo de Souza (1920-1991)
3.º Ocupante: Adélia Maria Woellner (1940)