Nascido em Paranaguá, em 1.º de agosto de 1846, foi musicista e escritor. Irmão de Monsenhor Celso, ini­ciou sua carreira de diplomata em 1870, como adido da Legação em Berlim. Também em Berlim encerrou a carreira, anos depois, nas funções de enviado ex­traordinário e ministro plenipotenciário.

Grande divulgador de nossa terra e de nossa cultura. Foi tamanho seu prestígio que chegou a reunir em sua casa berlinense, numa só noite, três virtuoses do piano, Liszt, Rubinstein e Sgambati – ocasião em que o autor de Rapsódias Húngaras executou a se­renata Sertaneja, do biografado. Verdadeiro precursor da música genuinamente brasi­leira, pianista e compositor, residindo por muitos anos nos diversos países para onde era nomeado, Brasílio aproveitou o seu nomadismo para dar ao intercâmbio artístico os resultados mais proveitosos. Não se limitou a ser músico. Suas monografias sobre assuntos econômicos, comerciais e industriais contam-se às dezenas. E a sua obra, em dois volumes, Economia Social e Expansão Econômica, registra toda essa magnífica atuação no Congresso Mundial de Expansão Econômica reunido em Bruxelas.

Escreveu para a revista alemã Der Musik longo trabalho sobre a música, as artes e a li­teratura no Brasil. Participou de uma viagem ao Egito, até as últimas cataratas do Nilo, acompanhando o célebre Gordon Pacha. Seu irmão João Itiberê da Cunha, musicista, poeta e crítico musical, quando do centenário de nascimento de Brasílio, assim se exprimiria: “o prestígio cultural de Brasílio adquirira enorme poderio, não apenas para ele, mas especialmente para os músicos e os escritores da sua pátria, que ele tornava conhecidos e apreciados. Esqueciam-se, esses singulares concorrentes, de acrescentar que, a par da música, não havia diplomata mais operoso, mais patriota e que tivesse prestado mais assinalados serviços ao seu país.”

Em 11 de agosto de 1913, em Berlim, após uma indisposição durante a grande parada militar de verão, em Tempelhov, morreu na mesa de operações, em seguida a uma trepanação. Seus despojos foram transportados por um navio de guerra alemão de volta ao Brasil. (WB)

Fundador: Paulo Ildephonso d’Assumpção (1868-1928)
1.º Ocupante: Benedito Nicolau dos Santos (1879-1956)
2.º Ocupante: Bento João d’Albuquerque Mossurunga (1879-1970)
3.º Ocupante: Benedito Nicolau dos Santos Filho (1914-1987)
4.º Ocupante: Alceo Ariosto Bocchino (1918-2013)
5.º Ocupante: Paulo Sérgio da Graça Torres Pereira