Paranaense, nasceu na Lapa, dia 24 de março de 1874. Pela sua inteligência e sabedoria foi cognominado, por Ulysses Vieira, “O Sábio do Paraná”.

Iniciou os estudos em Curitiba, na Escola Normal, sendo contemporâneo de Júlia Wanderley, Veríssimo e Lourenço de Souza. Terminado o curso de magistério, mudou-se para Campinas, São Paulo. Matriculou-se no Seminário Presbite­riano, curso superior. Tornou-se mais tarde, catedrático de Física Experimental e de Engenharia Mecânica. Em 1894 envolveu-se na Revolução Federalista de Curitiba. Fracassada esta, asilou-se na Argentina. Com a anistia voltou ao Paraná. Em 1913 foi nomeado secretário de Estado da Agricultura no governo de Carlos Cavalcanti. Iniciou a importação de aves e animais estrangeiros, implantou várias colônias agrícolas e desenvolveu o comércio de madeira e erva-mate. Desencadeou campanha educativa pelo reflorestamento, pois já àquela época a erosão sacrificava as terras paranaenses. Inaugurou o marketing do Paraná no exterior, mediante remessa de fotografias e pai­néis de riquezas naturais da terra para exposição em feiras internacionais.

Pastor evangélico, tornou-se célebre por seus sermões e polêmicas. Era poliglota. Foi tradutor e conferencista. Publicou mais de 30 obras de alta qualidade literária e cientí­fica, entre as quais Postulado de Euclides Bandeira, Roma, A Igreja e o Anti-Cristo, Moi­nhos de Vento, O Ensino Público, Elogio da Bosta, entre outros. Polemista por excelên­cia, travou debates famosos com alguns religiosos a propósito de questões teológicas. Uma delas ocorreu com o monsenhor Leonel Franca; outra com o Reverendo Taylor, dando ensejo à publicação de um livro. Saiu-se airosamente de todas, pois seus conhe­cimentos alcançaram notáveis altitudes. Defendeu sempre com veemência a tese do ensino público gratuito e propôs ao governo da República a criação, em todas as capi­tais, de escolas de nível superior. Por sua iniciativa, ainda no governo Carlos Cavalcanti, deu-se a primeira demonstração pública de rádio em longa distância, tornando-se o Paraná vanguardeiro nesta área.

Quando moço, de família pobre, prestou serviço de cocheiro ao Dr. Victor do Amaral, para sobreviver. Anos mais tarde, tornou-se seu colega na Universidade. Faleceu dia 9 de novembro de 1938, no Rio de Janeiro. (TV)

Patrono: Fernando Machado Simas (1851-1916)
1.º Ocupante: Hugo Gutierrez Simas (1883-1941)
2.º Ocupante: Arthur Ferreira dos Santos (1894-1972)
3.º Ocupante: Odilon Túlio Vargas (1929-2008)
4.º Ocupante: Jeorling Cordeiro Cleve (1932)