Nasceu em Ponta Grossa, em 2 de novembro de 1925, filho de Sebastião Nascimento e Maria Claudina Bittencourt de Castro Nascimento.

É, ao mesmo tempo, romancista, ensaísta e poeta. Autor de Casa Verde, recriação ficcional da Guerra do Contestado; Nova Estética, defesa de um realismo humanista; A Revolu­ção Brasileira e as Lutas Sociais no Paraná, radiografia de conhecidos movimentos rebeldes, e Coreto de Papel, coletânea de poesias repassadas de impressionismo autêntico e profundo, que João Manuel Simões chamaria de liris­mo impressionista, além de outras obras, percebe-se nele, desde logo, um pensador inconformado com a realidade que o rodeia, indignado com as contradições sociais que atormentam a humanidade, principalmente o terceiro mundo. Expressa as suas emoções sem disfarçar essa revolta íntima.

Em A Justiça e o Fim da Repressão, aborda atualíssimos temas sociais e jurídicos. Não é só um trabalho erudito, como é, também, primoroso trabalho de arte literária. A expressão perfeita e fluente, por vezes poética, torna a leitura atraente, ao mesmo tempo que nos conduz a refletir sobre as verdades que o livro apresenta. O autor adentra, com segurança de conhecedor, os terrenos das mais variadas ciências. Dis­cute diversas teorias com argumentos de mestre habituado a considerar todos os ângulos de uma questão. Nessa obra faz abordagem sobre a violência, o humanismo, a sociologia do direito, a legislação e a justiça. Pretende um sistema protecional mediante o exercício da não­ violência, a persuasão, o apaziguamento, a solidariedade e a educação. Uma certa utopia, é verdade, mas passível de reflexões. Levado para o campo da filosofia jurí­dica, esse novo humanismo seria representado, principalmente, por dois princípios fundamentais: antiviolência e o direito de proteção.

Em toda sua obra, Noel abomina o enjaulamento do homem, tanto quanto a forma de violência, ao contrário, porém, de Montero que, às vezes, transige com a pena corporal, se isso for recomendado pela pedagogia correcional. Esta posição mais se aproxima da de Roberto Lyra, que só cede ao ímpeto de demolir as prisões diante do interesse público da segurança, reservando­-as apenas para os casos de internação e custódia. Noel detém uma visão moderna dos problemas que afetam a sociedade e faz da literatura um veículo hábil para propagar suas ideias, em forma de poesia ou de prosa. Obteve em 1995 o primeiro lugar no Concurso Nacional de Romances com Arcabuzes, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, o que lhe confirma o talento criativo.

Foi recepcionado em sessão de posse da APL, em 23 de maio de 1979, pelo acadêmico Vasco Taborda Ribas. Faleceu em Curitiba em 23 de junho de 2013. (TV)

Patrono: Domingos Virgílio do Nascimento (1862-1915)
Fundador: Omar Gonçalves da Motta (1910-1972)
2.º Ocupante: Marta Morais da Costa (1945)