Nasceu no dia 18 de maio de 1867, em Antonina. Órfão muito cedo, de pai e de mãe, foi criado e educado por duas tias, que o matricularam num seminário em São Paulo. Os estudos, porém, concluiu-os no Colégio Moret­zsohn, depois de ter abandonado o seminário que o havia iniciado nas belas letras.

Retornou a Antonina em 1886, iniciando-se no comércio. Fracassou. Casou em 1887 com Arminda Pinheiro de Castro, com quem teria 12 filhos. Não encontrando ambiente na cidade natal, transferiu-se para Curitiba, onde experi­mentou dificuldades.

Começou a trabalhar no Dezenove de Dezembro. Fez, paralelamente, teatro dramático, convi­vendo com Teóphilo Soares Gomes, Bento Munhoz da Rocha, Chichorro Júnior e Jayme Ballão, com quem escreveu uma revista de costumes musicada por Augusto Stresser. Levada à cena, fez grande sucesso.

Envolvido na Revolução Federalista de 1893, fez parte das tropas de Gumercindo Sa­raiva, extraindo dessa vivência um drama que nunca foi levado à cena. Em contra­partida, foi nomeado secretário de Estado do efêmero governo provisório em 1894, obrigando-o, após a retomada legalista, a asilar-se no Rio de Janeiro.

Vinculou-se ao jornal A Cidade do Rio, pouco permanecendo no posto. Embora colabo­rasse intensamente em revistas e publicações da capital federal, passou dificuldades. Retornou, então, a Curitiba. Em 1899, conforme depoimento de Leocádio Cisneiros Correia, o Léo Júnior, gerente da livraria da Impressora Paranaense e editor do Alma­nach Paranaense, foi convidado a elaborar, desta vez (já havia participado da feitura do Almanach em 1897), a biografia do pai de Léo Júnior, o humanitário médico parnan­guara Dr. Leocádio José Correia, que abriria a publicação do utilíssimo almanaque anu­al. Fê-lo com brilho, surtindo daí efeitos para minorar suas agruras.

Vicente Machado levou-o, então, para A República, reconhecendo-lhe os méritos, apesar de adversário político. Nestor de Castro, porém, fazendo questão de reafirmar o antagonismo, deixa claro que aceita a responsabilidade exclusivamente face à sua penúria. Não havia lugar para a soberba. Dá-se bem, por fim, no trabalho, e é certo que tenha vivido, finalmen­te, relativa estabilidade financeira. Pouca coisa dera certo na vida de Nestor de Castro. Publicou Brindes, 1899, coletânea de contos; Bento Cego, Poeta e Cantor de Antonina. Rodrigo Júnior o via como “talvez o maior prosador simbolista do Paraná.”

Faleceu em 14 de agosto de 1906, no momento em que deixava o expediente do jor­nal: sentindo-se mal, foi atendido ainda numa farmácia próxima, sem sucesso. (VHJ)

Fundador: Samuel César de Oliveira (1896-1932)
1.º Ocupante: Alfredo Romário Martins (1874-1948)
2.º Ocupante: José Loureiro Ascenção Fernandes (1903-1977)
3.º Ocupante: Edwino Donato Tempski (1913-1995)
4.º Ocupante: Edilberto Trevisan (1923-2010)
5.º Ocupante: Roberto Muggiati (1935)