Nasceu em Curitiba em 5 de maio de 1895 e, sem passar pelos bancos acadêmicos, chegou a ser conceituado guarda-livros.

Por seu esforço pessoal, acumulou expressiva cultura geral, colaborando em quase todos os jornais e revistas paranaen­ses, aparecendo suas produções literárias com mais assidui­dade no Diário da Tarde, em O Dia, no Jornal do Paraná, no Mensageiro do Natal, no Correio dos Ferroviários, na Mari­nha, no Jornal dos Poetas e na Revista da Academia Paranaense de Letras.

Modesto, despido de qualquer vaidade, dono de vasta cabeleira esbranquiçada, de gestos e atitudes cavalheirescos, de admirável simplicidade, deixou uma obra de real valor no campo da poesia, do romance, da crônica, da biografia e do conto, perma­necendo inédita, infelizmente esquecida nas páginas de nossos periódicos, uma farta produção intelectual que merecia ser divulgada. Pertencente aos quadros do Centro de Letras do Paraná, nele recepcionado em sessão de 25 de fevereiro de 1949, eis sua bibliografia: A Luz do Céu (contos fabulados em prosa e verso); Miscelâneas (pro­sa e verso); Cofre de Ébano (poesias, 1953); Carta de Um Moribundo (prosa); Sifilus (em dois tomos, versos e prosa, 1940); Igreja de Lúcifer (reminiscências); A Dama de Três Cruzes (contos); Musa Íntima (versos); Biografias (de Scharffenberg, de Luís de Matos, de Francisco Carvalho de Oliveira, de Newton Sampaio e de Icílio Saldanha); No Matadouro (versos, 1950); Poesias (obras completas, 1973); os romances Paraíso dos Outros; A Rosa do Banhado e Marga; o teatro com Bossa Nova; Terra Sem Dono; Justiça; Camélia Branca e Castigo. Lançou, em parceria com Rodrigo Júnior, em O Dia, artigos dominicais entre 17 de janeiro de 1954 e 18 de março de 1956, sob o título de O Humorismo no Paraná Através dos Tempos.

Avesso à publicidade, tímido, sofrendo traições e ingratidões, já quase ao atingir os seus 60 anos começou sua via-crucis, uma doença crônica que o atormentaria pouco e pouco, até o seu falecimento, nonagenário, em Curitiba, no ano de 1984. (WB)

Patrono: Reinaldino Antônio Scharffenberg de Quadros (1878-1929)
1.º Ocupante: Mário Marcondes de Albuquerque (1915-1998)
2.º Ocupante: Carlos Roberto Antunes dos Santos (1945-2013)
3.º Ocupante: Maria José Justino (1946)