Antoninense nascido em 26 de agosto de 1881 — ainda que a data seja controvertida — iniciou sua vida profissional como mestre-escola, empregando-se, depois, na Estrada de Ferro Paraná-Santa Catarina como praticante de telegra­fista, depois telegrafista e, mais tarde, agente de estação.

Jornalista combativo, colocou-se à frente do Diário do Co­mércio, de Paranaguá. Em Ponta Grossa foi redator do Diário dos Campos. Embora excelente poeta, sua capacidade para o teatro fez dele mais conhecido e respeitado como comediógrafo e dramaturgo. Casado por duas vezes, com Siomara e depois com Adelaide, com 14 filhos para sustentar, claro que teria de trabalhar exaustivamente. Considerando-se um “joguete do destino”, confessava nestes tercetos finais de seu soneto Razão Suprema o motivo pelo qual suportara durante toda a vida revezes físicos e morais: “Se à mente obrigo a pensamentos quietos/num círculo onde a luz tem fracos brilhos/e se sucedem males indiscretos/se ainda sofro a pressão dos empecilhos, é -/razão agridoce – ó, meus afetos!/porque sou pobre e tenho tantos filhos…”

Desde cedo, arrimo de mãe viúva, só contou com a proteção de seu padrinho, um velho comerciante português que não via com bons olhos as inclinações artísticas do afilhado. Assim, Cadilhe subiu a serra, chegando a Curitiba. Aluno de Júlia Vanderley e, depois, da Escola Normal, completou seu curso de professor com pouco mais de 17 anos de idade. Autor de Poesias (1916), Valdina (poema dramático, 1917) e Delirium Tremens (poema, 1945, obra póstuma), certamente no teatro a sua maior vocação, produzindo mais de 50 peças, todas com muito sucesso, muitas levadas para os gran­des centros e lá, depois de levemente modificadas, divulgadas e encenadas com novos títulos e sob a chancela de novos autores.

Na aparência um homem introvertido, na realidade um espírito sensível, de eleva­do temperamento cívico, faleceu na madrugada da terça-feira de 10 de novembro de 1942, em sua residência, na Rua Augusto Stellfeld, em Curitiba, quando ocupava o cargo de secretário da 1.ª Divisão da Estrada de Ferro. (WB)

Patrono: Aristides de Paula França (1879-1910)
1.º Ocupante: José Farani Mansur Guérios (1905-1943)
2.º Ocupante: Rosário Farani Mansur Guérios (1907-1987)
3.º Ocupante: Francisco Filipak (1924-2010)
4.º Ocupante: Cecília Vieira Helm (1937)