Nasceu em Pindamonhangaba (SP), em 19 de setembro de 1876. Concluídos os preparatórios, matriculou-se e formou-se na Faculdade de Direito de São Paulo. Veio para Curitiba e nesta cidade iniciou-se profissionalmente, ao lado de vigorosa atividade literária. Contista, poeta e fabu­lista, foi eleito componente do Centro de Letras do Paraná em agosto de 1921. A partir dessa data, até os meados da década de quarenta, desenvolveu intensa atuação centrista, quer apresentando seus trabalhos literários, quer fazendo parte das diversas diretorias, ora como orador, no biênio 1928-1930, como secretário, de 1930 a 1934, e como tesoureiro, de 1934 a 1938. Era assíduo frequentador e colaborador participante do referido Centro, valen­do ressaltar a sua decisão quando, nas funções de tesoureiro, contrariando interesses de seus companheiros, diante da insensibilidade de muitos sócios em liquidar seus débitos, defendeu a posição pela eliminação de sócios recalcitrantes ao pagamento das mensalidades e das joias. Foi uma posição radical que deu muito no que falar.

Casou-se em Curitiba com Eleonora Gaissler, que lhe deu dois filhos, dois conceituados médicos, Rafael e Paulo Emílio.

De temperamento reservado, mentalidade à época nada conservadora, dono de privi­legiada memória, apreciador de bons espetáculos teatrais e música erudita, falava cor­rentemente o francês e o italiano. Sua biblioteca era de apurado gosto e fino requinte: alinhavam-se ali volumosos livros de direito luxuosamente encadernados, além de ra­ras obras literárias.

No seu velório, em 27 de agosto de 1962, realizado em sua própria residência, na Avenida Vicente Machado 147, foi-lhe negada a bênção pela religião católica por constar o seu nome no index, que, instituído pelo Tratado de Latrão, rela­cionava obras literárias consideras hereges, ou com momentos de heresia em seu con­teúdo. Esse index foi abolido pelo Concílio Vaticano II. Mas, na mesma oportunidade, num magnífico exemplo de fé cristã e de amor ao próximo, as freiras do Leprosário São Roque, de Piraquara, presentes ao ato fúnebre, ajoelharam-se e rezaram o terço em memória e pela alma do saudoso acadêmico.

Sua bibliografia mostra O Tenente Evaristo, romance histórico, de 1906; A Salada da Vida, contos, 1930; Razões de Defesa em Favor de Valentin B. Sobrinho, 1936; Ressur­reição, contos, 1938, e Emoliente da Lei, versos, além de trabalhos de caráter profis­sional. É considerado fundador da APL. (WB)

Patrono: Cícero Marcondes França (1884-1908)
Fundador: Generoso Borges de Macedo (1875-1945)
2.º Ocupante: Alvir Riesemberg (1907-1975)
3.º Ocupante: Valério Hoerner Júnior (1943-2015)
4.º Ocupante: Antônio Carlos Carneiro Neto (1948)