Nasceu no dia 10 de março de 1884, em Palmas, sudoes­te do Paraná. Viveu tão somente vinte e quatro anos. No Colégio Paranaense foi aluno retraído, desconfiado. Pouco falava, costumava apenas observar.

E no jornalzinho estudantil do colégio, O Estudo, impresso em papel cetim, distribuído aos sábados pela manhã à es­tudantada, começaram a aparecer seus primeiros versos. Mudou-se para a Bahia, com o intuito de preparar-se para a Faculdade de Medicina. Teve, então, oportunidade de conviver com o grupo simbolista Nova Cruzada. Retor­nou a Curitiba e, em fins de 1901, partiu para São Paulo com a finalidade de tentar, dessa vez, a Faculdade de Direito. Morou, inicialmente, numa pensão da Rua José Bo­nifácio, num quarto abafado e mal cheiroso, já que no térreo do prédio funcionava uma casa importadora de azeite, querosene e bacalhau. Apesar disso, nada o abalou. Por curiosidade, tinha uma maneira de só escrever com as pernas estiradas numa ca­deira que, cuidadosamente, punha a certa distância daquela em que sentava.

Fumava muito e bebia café o dia todo. Tinha pruridos infantis em certos momentos, rindo muito, pondo em rebuliço toda a hospedagem, o que já indicava algum trans­torno. Ora alegre, comunicativo, ora insociável, trancava-se horas esquecidas em seus aposentos. Da pensão acima se mudou para uma outra na Rua do Quartel, aí forman­do uma república com direito até a um piano colocado na sala da frente. De São Paulo foi para o Rio, frequentando a Imprensa Nacional e passeando, na Rua do Ouvidor, com Emílio de Menezes. Hospedara-se numa república baiana, no Largo do Rocio. Não conhecia nem respeitava horários nem imposições. Mas, artista de grande sensibilida­de e dono de um grande coração, justamente nessa pensão se agravaria a tuberculose, que o prostrou.

Quando voltou a Curitiba não passava de uma ruína. E na residência de seu amigo e companheiro Raul Faria, daria o título de Necrotério d’Alma ao seu único livro. Muito doente, desejando encontrar-se com seus pais residentes em Porto União, ao chegar em Ponta Grossa hospedou-se no Hotel Palermo, na Praça da Matriz.

Faleceu, então, na madrugada de 10 de julho de 1908. (WB)

Fundador: Generoso Borges de Macedo (1875-1945)
1.º Ocupante: Ângelo Guarinello (1876-1962)
2.º Ocupante: Alvir Riesemberg (1907-1975)
3.º Ocupante: Valério Hoerner Júnior (1943-2015)
4.º Ocupante: Antônio Carlos Carneiro Neto (1948)