Nasceu em Morretes, no dia 4 de novembro de 1872. Jornalista maçom, anticlerical e de ideias socialistas, foi fortemente influenciado por seu pai, tanoeiro e líder operário. Iniciado na profissão paterna originária do avô — tanoaria é igual a tonelaria, que, por sua vez, significa oficina em que se fabrica tonéis, barricas ou pipas — muito cedo mostrou ten­dência para as artes, o que o conduziria a Curitiba e ao Ginásio Paranaense, onde não esquentou assento por advirem problemas com o diretor de instrução. Foi trabalhar, então com Narciso Filgueiras na Litografia do Comércio, e, paralelamente, instruir-se com Mariano de Lima e Alfredo Andersen. Tais ensinamentos, pelo apuro gráfico, vie­ram a aparecer em algumas revistas por ele dirigidas, em especial a revista simbolista Pallium, do fim do século 19. Orador primoroso, jornalista e poeta de visão própria e extremamente característica, legou o talento ao filho, Tasso da Silveira. Este, mais tarde, diria a respeito do livro Luar de Inverno, de seu pai, ser ele “uma espécie de exe­geta das ruínas da solidão e da morte, do silêncio e do mistério”. Teve publicados: Pela Consciência; Luar de Inverno — duas edições, 1900 e 1927; Antônio Nobre; Fernando Amaro; Brasílio Itiberê; De Guaíra aos Saltos do Iguaçu — duas edições, em 1914 e 1939; Ronda Crespuscular; Cruz e Souza; O Bandeirante; Sonho de Cresus; Palavra de Hoje; Paraná; Margens do Nhundiaquara e Conferências.

Silveira Netto foi dos mais expressivos poetas de sua época e de grande importância para a história do pensamento paranaense, embora seja injustamente esquecido em antologias de menor porte.

A qualidade de sua emoção impressionou o crítico paranaense Andrade Muricy que, de Silveira Netto, pintou um irretocável retrato em seus estudos sobre o Simbolismo. Foi eleito, em iniciativa liderada pela Gazeta do Povo, em 7 de setembro de 1922, Prín­cipe dos Poetas Paranaenses.

Faleceu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1942. (VHJ)

Patrono: Fernando Amaro de Miranda (1831-1857)
1.º Ocupante: Tasso Azevedo da Silveira (1895-1968)
2.º Ocupante: Leopoldo Scherner (1919-2011)
3.º Ocupante: Paulo Venturelli (1950)