Filho de Ângelo Lopes e Rosina Veiga Lopes, nasceu em 7 de maio de 1939, em Curitiba. Fez estudos secundá­rios no Colégio Estadual do Paraná, formando-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná. O autor, de características regionalistas e conteúdo localis­ta, lançou títulos como Açoiteira, no qual retrata a paisa­gem humana dos Campos Gerais, com suas característi­cas originais. “Há alguns anos não surgia um escritor tão envolvido com a terra…” – disse dele Osvaldo Lopes Brito – “…com a realidade dos hábitos e costumes do homem rude que nos confins do sertão cria uma linguagem própria e estórias singulares.” Este gênero é bem pouco explorado na literatura paranaense, salvo algumas experiências de Eurico Branco Ribeiro, Hellê Vellozo Fernandes, Coelho Júnior, José Erichsen Pereira e Antonio Alceu.

Verifica-se na sua bibliografia (Sapecada; Esboço Histórico da Fazenda Santa Rita; As Aves do Céu Têm Ninhos; Curucaca e Açoiteira), nada menos de cinco títulos re­lacionados com a vivência rural, delineados numa nítida homogeneidade regional. O autor recompôs em cada obra as observações recolhidas no cotidiano da atividade campestre, no convívio com os peões da fazenda, dos quais colecionou subsídios típi­cos. O filão regionalista da linguagem literária tornou-se importante para Veiga Lopes, transformando-se em autor significativo dos valores essenciais da cultura interiora­na paranaense. Suas obras compõem o painel desta historiografia literária rebuscada de pureza e panteísmo, genuinamente regionalista, posta à disposição da inteligência brasileira. No campo da história, tem publicadas várias obras correlatas aos Campos Gerais: Origens do Povoamento de Ponta Grossa; Raízes da Palmeira; Informações So­bre os Bens de Nossa Senhora das Neves no Paraná; Antecedentes Históricos de Porto Amazonas; Introdução à História de Tibagi; Primórdios das Fazendas de Jaguariaíva e Região; Fazendas e Sítios de Castro e Carambeí — todos estes trabalhos provenientes de exaustivas pesquisas em fontes primárias, para tentar esclarecer dúvidas da história paranaense. Possui também vários trabalhos em periódicos, dentre os quais destaca­mos: O Bacacheri nos Séculos XVII e XVIII, Campos de Guarapuava, O Continente da Pedra Branca e As Minas do Tibagi, Do Cemitério do Gentio ao Cemitério Parque (sobre os cemitérios de Ponta Grossa) e Alguns Esclarecimentos Históricos ao Romance: O Drama da Fazenda Fortaleza. Em 2010, saiu a coletânea Memória da Terra, contos escolhidos sobre os Campos Gerais.

Assumiu a presidência da APL em dezembro de 2008, falecendo no exercício do mandato, em 3 de outubro de 2010. Foi recebido na Academia Paranaense de Letras em 28 de se­tembro de 1981, saudando-o o acadêmico Benedito Nicolau dos Santos Filho. (TV )

Patrono: José Bernardino Bormann (1844-1919)
Fundador: Dídio Iratim Afonso da Costa (1881-1953)
1.º Ocupante: Júlio Estrella Moreira (1899-1975)
3.º Ocupante: Guido Viaro (1968)