Nasceu em Curitiba, em 17 de agosto de 1888, cursando o primário na Escola Oliveira Belo e o secundário no Ginásio Paranaense. A seguir, foi para o Rio de Janeiro, formando-se advogado pela Faculdade Livre de Direito, após o que retorna a Curitiba.

Irrepreensível no trajar, janota, poseur, charuto à boca, gravata borboleta, sempre com uma anedota na ponta da língua, temperamento ex­trovertido, agudo espírito de observação, frequentador assíduo da Rua XV, procurava nos transeuntes inspiração para suas deliciosas historietas.

Poeta, fabulista, jornalista, teatrólogo, conferencista, autor de novelas, de recitativos infantis, humorista, escreveu praticamente para todos os periódicos paranaenses, sen­do o fundador e proprietário da melhor revista humorística circulante em nosso esta­do, O Olho da Rua. Como teatrólogo assinou as revistas: De Porto Alegre a Curitiba, Colcha de Retalhos (com José Gelbecke, Generoso Borges e Luís Bastos), Curitiba em Cinematógrafo (com José Gelbecke), A Crise (com Francisco Leite) e o sketch Agência de Noivados.

Lançou uma série de bons livros, como Canção da Terra dos Pinheirais (versos), Senho­rita Mistério (novela), Barra Velha (contos, obra premiada pela Academia Brasileira de Letras) e fábulas, no que era mestre — entre outros Rindo e Filosofando, Arca de Noé e Roda-Viva.

Foi sócio fundador do Centro de Letras e da Academia de Letras do Paraná.

Dicesar Plaisant, em Tocaias da História, assim descreve o andar original do nosso re­tratado: “Tem-se a impressão de que, na passada, ele vai recuar e, quando a vence, que dispende um enorme esforço, assentando, no chão, o pé.”

Quando de seu falecimento em Curitiba, em 14 de novembro de 1967, Durval Borges cho­raria a perda do amigo num belo soneto: “Assim da vida foi até ao fim,/bondoso e puro, o nosso Serafim,/ vinculado à Arte, em sonhos e alvoradas.//Chorem as Musas quem não volta mais:/morto é o cantor dos nossos pinheirais,/morto é o poeta das fábulas rimadas.”

Foi recebido na APL por José Gelbecke em 26 de setembro de 1940. (WB)

Patrono: Luiz Ferreira França (1852-1921)
1.º Ocupante: Assad Amadeu Yassim (1935-1985)
2.º Ocupante: Chloris Casagrande Justen (1923)