Nascido em Curitiba em 1926, é pintor, desenhista, crítico de arte, administrador e animador cultural. Neto de João Cândido Ferreira, ex-presidente do Estado, e filho do professor João Cândido Ferreira Filho, secretário de Estado da Agricultura durante o governo interino de Clotário Portugal. Na infância reside em Jacarezinho, mudando-se a seguir para o Rio de Janeiro. Além de frequentar as principais galerias de arte também frequenta a casa do arquiteto Dante Autuori, onde costumam comparecer artistas como Cândido Portinari, além de músicos famosos.
Em 1952, permanece durante três meses na Suíça, tendo a oportunidade de visitar vários países europeus. Transfere-se para Curitiba em 1953. Funda, dois anos depois, com o radiotelegrafista Alberto Nunes Matos, uma pequena fábrica de molduras que daria origem à Cocaco, na época, única galeria de arte da cidade e local de encontro de artistas e intelectuais. Participa do protesto contra os critérios acadêmicos de julgamento do Salão Paranaense, sendo um dos responsáveis pela instituição, naquele ano, do chamado “Salão dos Pré-julgados”.
Em 1961, no governo Ney Braga, é nomeado diretor do Departamento de Cultura da SEC, exercendo este cargo até 1969, período em que passa a ser sucessivamente convocado para assumir diversas funções burocráticas de âmbito cultural, especialmente nas artes plásticas. Em 1968, torna-se superintendente interino do Teatro Guaíra. É agraciado, em 1969, pelo governo italiano, com a Estrela da Solidariedade e Pesquisas Tecnológicas. Foi presidente da Fundação Cultural de Curitiba de maio de 1976 a março de 1979. Em sua gestão cria a Mostra Anual da Gravura Cidade de Curitiba. A seguir, coordena o Setor de Artes Plásticas da Secretaria de Estado da Cultura e do Esporte do Paraná.
Em 1987 projeta-se como um dos ideólogos do MAP, cuja direção assume até 1995. Em 1998 assume a direção da Casa Andrade Muricy. Sua produção como artista plástico, tanto na figuração, como nas pesquisas abstratas, mantém característica marcantemente lírica. Evocações Poéticas é o que, talvez, melhor definiria a sua obra, definitivamente subjetiva. Nas ilustrações, destaca-se pelo grafismo ágil e seguro.
Em 2006 a Galeria de Arte Zilda Fraletti lança o livro 40 Anos de Amistoso Envolvimento com a Arte, de autoria de Ennio Marques Ferreira. Por sua inegável importância para a cultura do Paraná, recebeu o titulo de Membro Honorário da Academia Paranaense de Letras, em 17 de abril de 2017.
Ennio Marques faleceu no dia 26 de agosto de 2021, aos 95 anos, no Hospital da Cruz Vermelha, em Curitiba.
(Com dados compilados do Dicionário das Artes Plásticas no Paraná, de Adalice M. de Araújo)