Motivação inicial: Conhecer a história é reviver os momentos cruciais de sua evolução.

 

1. Os primeiros habitantes do território

No conhecimento dos indígenas paranaenses, ressalta o problema de como classificar os diferentes grupos, utilizando um critério o mais possível condizente com as suas práticas culturais e econômicas.

Segundo J.H.Steward, tais critérios ecológicos e geográficos permitem a distinção de 4 áreas de cultura indígena sul-americana, assim caracterizadas:

  1. ANDINA: compreendendo um grupo de indígenas bem desenvolvidos, pois conheciam a metalurgia e a arquitetura; ex: os Incas, no Perú.
  2. CIRCUM CARIBE: envolvendo as tribos localizadas ao norte da América do Sul, ao longo do mar das Antilhas; ex: os caribenhos.
  3. FLORESTA TROPICAL: compreendendo os habitantes das regiões equatorianas, como os índios brasileiros tupi-guaranis, nu-aruaques, tucanos, etc. Conheciam a agricultura e a navegação fluvial.
  4. MARGINAL: composto por tribos pouco desenvolvidas, vivendo da pesca e da coleta de alimentos nativos, possuindo uma cerâmica bem rudimentar. É o caso dos Jês ou Tapuias.

 

2. Os indígenas do Paraná

Pertenciam aos grupos da floresta tropical e a marginal.

Os tupi-guaranis e suas numerosas tribos pertenciam ao grupo floresta tropical e ocupavam as regiões norte e noroeste do estado, bem como boa porção do litoral. Os tupis foram os primeiros a entrar em contato com os portugueses.

No campo da família marginal foram representantes os caingangues e os botocudos. Suas localizações são incertas e de pouco estudo.

 

2.1. Distinções entre os TUPIS e os JÊS

Os portugueses tinham mais facilidade de contato com os tupis do que com os jês, em virtude do pouco desenvolvimento desses últimos, que eram nômades e viviam apenas da exploração dos recursos naturais. Já os tupis conheciam a agricultura e sua cerâmica era bastante desenvolvida. Cultivavam a mandioca, produziam farinha e eliminavam os venenos de suas raízes.

 

2.2. A divisão do trabalho entre homens e mulheres indígenas

À mulher estava reservado todo o trabalho doméstico: o preparo da alimentação, o cuidado das crianças, a confecção das redes, a cerâmica e a agricultura familiar. Aos homens estavam destinadas as tarefas referentes à caça, pesca, fabricação de armas e a construção das malocas. Cuidavam também da segurança da tribo.

 

3. A herança indígena

  1. Os indígenas paranaenses tiveram um papel importante na cultura popular.
  2. Sua incorporação na miscigenação étnica.
  3. Na divulgação de suas palavras: paraná, curitiba, Iguaçu, tibagi, canjica, etc.
  4. Na alimentação, com o preparo da farinha de mandioca, abóbora e uso de verduras.
  5. O uso de redes para dormir e descançar.
  6. O consumo da erva-mate e do fumo.
  7. O banhar-se e os enfeites decorativos.

 

4. Os vestígios arqueológicos

Sob a forma de sambaquis, estão presentes em nosso litoral, em montanhas de ostras, conchas e resíduos de armas e cerâmica. Os sambaquis serviam de cemitério para o sepultamento de índios.

As populações chamavam esses locais de ostreiras, que eram utilizados na argamassa de construções de casas e templos.

 

5. O aculturamento português e espanhol

Tem início em 1531, com a incursão de grupos à procura de ouro e pedras preciosas e que tinham de lutar contra os índios. Os indígenas do litoral, tupiniquins e carijós, eram mútuos inimigos e viviam também em constante estado de guerra.

Registra-se, em 1562, a primeira participação dos padres jesuítas, que vindo da Capitania de São Vicente, entraram no Paraná com a finalidade de catequizar os índios. Muitos deles foram, contudo, impiedosamente trucidados pelos índios carijós. No século XVII conseguiram fundar uma missão em Superagui e depois se instalaram em Paranaguá. Contudo, em 1759, foram expulsos do Brasil pelo Marquês de Pombal.

Outra incursão famosa em território paranaense foi a do espanhol Pedro Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, em 1545, que vindo de Assunção, descobriu as Cataratas do Iguaçu.

 

6. A escravização dos índios carijós

Deu-se em conflitos causados pela alegação de vingança aos portugueses e, por isso, passaram à condição de escravos dos fazendeiros paulistas, trabalhando nas minas de ouro e na agricultura. Posteriormente, foram miscigenados com os brancos e passaram a ocupar vastas áreas no sul do Brasil.

Foi no início do século XIX que ocorreu a ocupação branca nas planícies de Guarapuava, com a presença do padre Francisco das Chagas Lima e do Comandante Diogo Pinto de Azevedo Portugal, que formaram um grupo populacional chamado Atalaia. Em 1819 o Padre Chagas iniciou a ocupação onde hoje está a cidade de Guarapuava.

Em meados do século XIX teve lugar a ocupação do Norte Velho, com a fundação de uma colônia militar às margens do Rio Tibagi e que tiveram importante papel de apoio às tropas envolvidas com a Guerra do Paraguai (1864-1870).

 

Temas para discussão

    • Origem das populações americanas.
    • Órgãos públicos que cuidam dos índios.
    • A situação atual dos índios paranaenses.

 

Material escrito por Antônio Celso Mendes, da cadeira 34, baseado no livro de Ruy Christovam Wachowicz.