Segundo pesquisas cosmológicas, a natureza mais íntima do Universo é constituída pela vibração permanente de uma energia oscilatória que não se extingue, permanecendo constante em seu equilíbrio de soma zero. Ora, se isto ocorre no mundo microfísico, por desdobramento de um processo quântico criativo, o mesmo se sucede no mundo macro, cuja dissolução de seus corpos, pela entropia, não significa sua extinção, pois retornam ao mundo atômico acrescidos da memória de suas existências.

Ainda mais, há que se destacar que nosso corpo envolve diversas dimensões, sendo a mais notável a diferença entre corpo físico e corpo subtil. No aspecto físico, nosso corpo é composto por átomos e células e participa da mesma realidade do mundo microcósmico. Nosso corpo físico é o repositório da vida envolvendo, portanto, também um corpo vital, de dimensão psíquica, que inclui nossos cinco sentidos, nossa mente, as vivências arquetípicas, as experiências espirituais e suas dimensões supersensíveis.

O corpo humano subtil tem sua origem no coração do Universo e, por isso, participa do jogo eterno de suas oscilações, sem nunca perder a sua vitalidade transcendente. Dessa forma, ao se transformar em corpo vivo, sua energia constitui a circulação do húmus vital, nosso sangue que precisa estar presente em todas as células de nosso organismo.

Diante disso, convém ressaltar que suas mortes são aparentes, pois ao retornar para suas formas microfísicas, nossos corpos permanecem em sua origem molecular, pulsando em seus átomos, e como sede do querer, não perde os valores que reconheceu e praticou. Para confirmar, o mundo das micropartículas não é indiferente a uma sensibilidade espiritual, pois como demonstram os cientistas, impera entre eles uma consciência quântica, de mútuo relacionamento.

Resumindo, no corpo vital sua energia se expressa em aura oscilante revelando nossa disposição de viver, e nossos cinco sentidos: visão, tato, olfato, paladar, audição, colocam nosso corpo em contato com o mundo exterior; ideias e conceitos abstratos ultrapassam o tempo e o espaço; arquétipos junguianos confirmam nossos valores (liberdade, beleza, justiça, amor, etc); a  mística espiritual nos coloca de encontro com as origens divinas do transcendente e, finalmente, a revelação no mundo da fé concretiza nossas certezas na dimensão eterna da vida.

Como fonte dos sentimentos, nosso coração, habitat de nossa vontade, é a sede de nossas experiências amorosas, caracterizando sermos reflexo físico de uma realidade que é essencial no Universo, a disponibilidade gratuita para servir e querer bem a todos nossos semelhantes. Ora, isto só se torna claro para nós se pudermos captar, pelo Espírito que habita em nosso interior, a iluminação necessária para percebê-los.

  • Autor: acadêmico Antonio Celso Mendes
  • Foto: arquivo APL
  • Imagem: Ambroo por Pixabay