A Lei 5.765, de 18.12.1971, atribui à Academia Brasileira de Letras a tarefa de atualizar o Vocabulário Comum (coerdeiro e não co-herdeiro?), organizar o Vocabulário Onomástico (Rui Barbosa e não Ruy Barboza?) e republicar o Pequeno Dicionário da Língua Portuguesa. Esta lei resultou no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (Volp), por exemplo.
O Acordo Ortográfico vigente mudou muito nossa forma de escrever, sobretudo na questão do hífen. E recentemente foram incorporadas ao Volp novas palavras do inglês, sem entretanto aportuguesá-las: job, live, live-action, home-office, streaming, home banking, home theater, home page etc.
Pergunto, humildemente, o que seria melhor:
1. Revogar a lei?
2. Alterar a redação do artigo 2*?
3. A ABL contratar força-tarefa específica para pôr ordem na bagunça em que se transformou nosso sistema de escrita referencial?
A terceira opção seria gesto de modéstia indispensável por parte da ABL.
Exemplifico: se atribuem a você e a seu grupo de amigos a tarefa de levar um automóvel de um lugar a outro, e nenhum de vocês sabe dirigir, um motorista deve ser contratado, certo?
Se antes, porém, é necessário consertar o automóvel, pois apenas a buzina e o motor estão funcionando, e os freios e outras peças essenciais também demandam reparos prévios, então devem ser contratados os respectivos profissionais antes de viajar.
Escritores, professores e linguistas qualificados, Doutores em Letras, com um saber lastreado na experiência da pesquisa e do ensino do português, como demonstram seus currículos, que não querem candidatar-se à ABL, podem ser selecionados ou convidados para essa força-tarefa.
O importante é de algum modo reorganizar a ortografia do português do Brasil.
E deixemos Portugal e as outras nações lusófonas em paz. Não arrumamos nem a nossa casa e queremos, porque somos maioria, arrumar também a casa dos pais, dos irmãos e de outros parentes? Vai dar confusão! Aliás, já deu.
