De tradição lapiana, nasceu em Curitiba no dia 25 de abril de 1906. Filho de Manoel Martins de Abreu e Maria Joana Braga de Abreu. O próprio biografado conta sobre si: “O curso primário eu fiz no Ginásio Diocesano, naquela época chamado Seminário. Aprendi português com um professor muito conhecido, Arthur Loyola. Aos 12 anos fui para o Rio de Janeiro, para estudar no Colégio Militar, onde fiquei até o fim do curso, em 1923. O curso superior foi concluído em 1929 na Escola Nacional de Medicina, na Praia Vermelha, Rio de Janeiro. Minha tese de doutoramento foi Ruptura Espontânea da Vesícula Biliar em Peritônio Livre. Não tive, ao formar-me, grandes preocupações financeiras, porque o objetivo era criar condições futuras para um trabalho eficiente e proveitoso. Mas, desde o início, estive na Santa Casa de Misericórdia, o único onde havia possibilidade de assistir aos indigentes. Estávamos, eu e meus colegas, preparando nossa vida futura. Depois de dez anos de trabalho é que considero ter sido dado início à minha vida profissional. Antes disso foi só aperfeiçoamento. Estive um ano na Alemanha, onde, além de aperfeiçoar técnicas, pude trazer melhorias de instalações ao ambiente médico de Curitiba.”
Tornou-se professor em 1937, ocupando a primeira cátedra cirúrgica da Universidade do Paraná. Foi fundador da Escola de Enfermagem Madre Léonie e da Faculdade de Ciências Médicas. Médico humanitário, por quase meio século fez-se parte integrante da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, somente deixando de lá comparecer quando sofreu o derrame cerebral que, menos de dois anos depois, o levaria à morte, ocorrida em 8 de julho de 1981. Dom Jerônimo Mazzarotto, seu companheiro de fundação da Universidade Católica, hoje Pontifícia, encomendou o corpo. Sua morte foi chorada por uma multidão de curitibanos. O féretro, saído de sua residência na Rua Vicente Machado, fez com que as casas comerciais cerrassem suas portas, numa última homenagem.
Recebeu incontáveis medalhas e honrarias. Publicou inúmeros livros, todos na área da medicina, seu único apostolado. Extraordinária figura humana. Em 2006, quando do seu centenário de nascimento, foi alvo de incontáveis manifestações, merecendo, inclusive, dois livros sobre sua vida. Foi eleito para a APL em 1965. (VHJ)
Patrono: Nilo Cairo da Silva (1874-1928)
Fundador: José Pereira de Macedo (1883-1965)
2.º Ocupante: Moysés Goldstein Paciornik (1914-2008)
3.º Ocupante: Ricardo Pasquini (1938)