Militar de profissão, nasceu no Estado do Ceará, na ci­dade chamada Jardim, bem no meio da Zona do Cariri, em 1910.

Poeta e trovador. Fez suas primeiras letras na terra natal, vivendo, nessa época, de maneira integral e inesquecível, conforme seus próprios comentários, dentro do ambiente de influência política e religiosa do Padre Romão Batista.

Com 22 anos aportou em Paranaguá, tendo por destino a cidade de Curitiba. No ca­minho, de repente, vislumbrou um morro sobranceiro, bonito, que se destacava entre os outros. Disseram-lhe tratar-se do Marumbi. Foi o toque de despertar do coração do poeta na e pela terra paranaense, distante do sertão nordestino que, sem saber ou querer, perdia-o em parte. Na capital do Paraná casou-se com Ivone Menezes de Car­valho, que lhe deu cinco filhos. Integrado o jovem à nova terra, comporia uma trovinha premonitória, sem pretensões, mas que se haveria de realizar: “Nasci sob as palmeiras/do meu velho Ceará,/morrerei sob os pinheiros/deste grande Paraná.”

No início da década de cinquenta ofereceu à literatura sua mais significativa contri­buição: o épico Guairacá, em soberbos decassílabos vestidos da clâmide diáfana da indumentária parnasiana. Foi acolhido pela crítica como um trabalho de rara beleza, surpreendente técnica e acurada sensibilidade, em que se assenhorearam o ritmo e a rima. Trata-se da saga do chefe indígena, sua posição política e social diante do cons­ciente senso de posse: “Esta terra tem dono!” Um exemplar chegado às mãos do general Cândido Mariano Rondon provocou do indianista correspondência dirigida ao autor em que se lê o seguinte comentário: ‘… O tema é dos mais empolgantes na história de nossos brasilíndios.”

Cultor da perfeição, em suas mãos o soneto foi trabalhado com rigor de métrica e rima, acrescido da permanente originalidade filosófica. Publicações: o poema Guai­racá (1951), épico decassilábico, e Miçangas (1978), coletânea de sonetos e trovas. Deixou vasta e expressiva obra inédita, que permanece sob a guarda da família.

Agravando-se o enfisema pulmonar contra o qual lutara por anos a fio, faleceu em 29 de março de 1986, na cidade de Curitiba. Foi recebido na Academia em 20 de setem­bro de 1982 pelo acadêmico Valério Hoerner Júnior. (VHJ)

Patrono: José Gonçalves de Moraes (1849-1909)
Fundador: José Gelbecke (1879-1960)
1.º Ocupante: Arildo José de Albuquerque (1914-1974)
3.º Ocupante: Carlos Alberto Sanches (1941)