Nasceu em Morretes, no dia 15 de maio de 1871. Após os primeiros estudos no Instituto Paranaense, ingressou na carreira burocrática, desempenhando com zelo suas funções de servidor estadual. Suas colaborações encontram-se espalhadas em jornais e revistas curitibanas da época, como Cenáculo, O Sapo, Azul, Diário da Tarde, Cartão Postal, Stellario, A Notícia, O Olho da Rua, Comércio do Paraná, Senhorita, O Dia, Prata de Casa e O Itiberê.
Poeta de feição essencialmente humorista, foi um dos fundadores do Centro de Letras do Paraná. Era de natureza tímida, fugia dos aplausos. Versejava com correção, acobertado por vários pseudônimos, como Garrone, F. A. Brício e Alberto Cadaveira. Perdem-se em revistas e almanaques seus delicados contos. Foi também compositor e decifrador de charadas, logogrifos e enigmas. Sua grande paixão era a filatelia. Costumava colecionar com carinho pelo menos uma crônica ou uma poesia de cada confrade. Deixaria publicado apenas um livro com 41 peças humorísticas, Ventarolas, de 1898, por sinal o primeiro livro de versos jocosos dados à publicidade no Paraná. Estávamos em abril e Sá Pinho (Leocádio Correia), na revista O Sapo, espalhara a notícia de que Ricardo andava a distribuir exemplares de sua obra em pleno inverno. João de Tapitanga, ao divisar na vitrina da Livraria Econômica o volume em questão, improvisou uma ferina quadra alexandrina. Zé Ferino, pseudônimo com que se escondia o poeta Alfredo Coelho, foi em defesa de Ricardo de Lemos, saindo-se com esta quadra: “Não é só no estio que os leques/para abanar nos convém,/pois há “ventos” mal cheirosos/que sopram com o frio também.”
Casado com Rosinha Taques, faleceu em Curitiba em 11 de outubro de 1932, deixando três filhos, dentre eles o conhecido cantor lírico, baixo-profundo, Túlio de Lemos.
Dedicava excessivo amor ao vocábulo traduzido no seu soneto Língua Portuguesa, cujo terceto final vale transcrição: “Amo-te, ora modesta, ora em tuas galas,/e quanto te ouço atento, em vários tons,/esqueço as aves porque és tu que falas!” (WB)
Fundador: Heitor Stockler de França (1888-1975)
1.º Ocupante: Apollo Taborda França (1926-2017)
2.º Ocupante: Marcio Renato dos Santos (1974)