Nascido em Guarapuava, em 23 de julho de 1875. Após os es­tudos primários realizados em sua cidade natal, desejou, com dezessete anos de idade, matricular-se no Liceu de Artes e Ofícios, no Rio de Janeiro. Não conseguiu a matrícula e, frus­trado, retornou ao Sul para iniciar-se no comércio da cidade de Paranaguá.

Explodira a Revolução Federalista e ele, de certa forma com­prometido, retirou-se do palco da guerra. Apagadas as mágoas partidárias, iniciou-se no jornalismo curitibano, sem, contudo deixar as lides mercantis. Leitor voraz de todos os gêneros literários, poesia, romance e crítica, fossem nacionais ou estrangeiros, ad­quiriu sólida cultura humanística.

Elegeu, na poesia, Emílio de Menezes para mentor, admirador que era de seus versos alexandrinos, o que o levaria a escrever um livro de poemas, Estrelas Cadentes, nunca dado à publicidade, mas cujos versos encontram-se nas páginas de O Sapo e da revis­ta Azul. Retornou ao Rio de Janeiro quando foi nomeado despachante da Alfândega. Ficou nessa cidade pouco tempo, já que laços afetivos o atraíam ao Paraná, especial­mente à cidade de Antonina, na qual, aos 25 anos de idade, casou-se com Otávia, aquela que ele evocava em versos como a “dama dos seus castelos de ouro”.

Em Curitiba, exerceu também as funções de camarista e o mandato de deputado esta­dual. Jornalista, poeta, cronista, são encontráveis seus trabalhos em jornais e revistas paranaenses. Tentou o teatro e participou, com outros parceiros, da autoria da revista Colcha de Retalhos, com música de Luís Bastos, encenada pela primeira vez no Teatro Guaíra, em 22 de julho de 1906.

Publicou Semana Santa (propaganda da Liga Anticlerical Paranaense, 1902); Flâmulas, versos; Discursos e Conferências; e Terra das Maravilhas, impressões e estudos do Oeste paranaense. Sócio fundador do Centro de Letras do Paraná, membro da antiga Academia de Letras do Paraná, diplomou-se, já maduro, em Direito, pela Universidade do Paraná, em cuja turma desfrutou da amizade de companheiros como Joseph Pláci­do e Silva e Samuel César. Foi escolhido orador da turma de direito. Curioso que, além de estudante, participara da fundação da Universidade do Paraná, pois foi um dos professores do Curso de Comércio. Mais tarde, passou a advogar em São Paulo, onde faleceu, em 4 de março de 1945. (WB)

Patrono: Cícero Marcondes França (1884-1908)
1.º Ocupante: Ângelo Guarinello (1876-1962)
2.º Ocupante: Alvir Riesemberg (1907-1975)
3.º Ocupante: Valério Hoerner Júnior (1943-2015)
4.º Ocupante: Antônio Carlos Carneiro Neto (1948)