Ata da posse acadêmica de Marcio Renato dos Santos 16 de julho de 2018

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Aos dezesseis dias do mês de julho de dois mil e dezoito, no 2º andar do Paço da Liberdade, à Praça Generoso Marques, realizou-se a sessão solene de posse de Marcio Renato dos Santos na cadeira nº 36 da Academia Paranaense de Letras, sob a presidência do acadêmico Ernani Buchmann, estando presentes os seguintes acadêmicos: Ario Taborda Dergint, Ernani da Costa Straube, Rui Cavallin Pinto, Guido Viaro, Adélia Maria Woellner, Albino de Brito Freire, Darci Piana, Marta Morais da Costa, Nilson Monteiro, Antônio Celso Mendes, Etel Frota, Oriovisto Guimarães, Dante Mendonça, Adherbal Fortes de Sá e João Manuel Simões. Justificaram sua ausência os acadêmicos Laurentino Gomes e Léo de Almeida Neves. O Presidente Ernani Buchmann saudou a todos, declarou aberta a sessão solene de posse e designou a acadêmica Adélia Woellner a proceder à chamada dos acadêmicos presentes. A seguir, todos foram convidados a ouvir a execução o Hino Nacional brasileiro. O Presidente retomou a palavra e expôs um histórico das academias e, em especial, o da Academia Paranaense de Letras. Finalizou sua fala afirmando que “É nossa obrigação refletir sobre o sentido das coisas. Os acadêmicos não podem deixar de analisar o cotidiano na tarefa de unir memória com realidade cultural, como bem expressou o ex-presidente da Academia Brasileira, Domício Proença.” Na sequência solicitou aos acadêmicos Nilson Monteiro e Etel Frota que trouxessem ao recinto o novo acadêmico, Márcio Renato dos Santos. O cerimonial continuou com a assinatura do Termo de Posse Acadêmica e do diploma correspondente, cujos textos foram lidos pela secretária a acadêmica Marta Morais da Costa. Após a assinatura, o Presidente Ernani Buchmann convidou a esposa do acadêmico, Fabíola Mann Pereira, para que lhe impusesse a pelerine, símbolo de seu pertencimento à Academia Paranaense de Letras. Após o ato e os aplausos, foi convidado o acadêmico Guido Viaro para proferir o discurso de saudação a Marcio Renato dos Santos. Em discurso no qual deu vazão à sua veia narrativa e fantástica, o acadêmico apresentou Marcio Renato dos Santos em forma de um obituário elogioso e analítico, em que se referiu a hipotéticos “45 livros de contos, dois romances, um dicionário e uma autobiografia! “ como sua obra completa. Salientou entre as qualidades dessa obra “um esmalte sintético incolor que injeta no pessimismo um brilho amoroso, a doce sensação de que, apesar de tudo, ainda é mágico o “estar-se vivo”. E é esse ingrediente secreto que transforma seus contos em pedaços de eternidade.” Discorreu sobre a biografia do novo acadêmico e apresentou de modo sucinto e sempre elogioso os livros até agora  publicados, sem deixar de se referir ao fato que, no primeiro livro de contos “Munda-au”, composto por sete textos, o escritor homenageado descartou outros 693 contos inéditos. Também se referiu à carreira de editor e de jornalista e os grandes méritos de seu trabalho: editar autores jovens e tornar o jornal “Cândido”, da Biblioteca Pública do Paraná, um dos mais importantes periódicos literários e culturais do Brasil. Finalizou sua saudação, afirmando “Marcio, o melhor ainda está por vir.” Após os calorosos aplausos dos presentes, o Presidente da Academia convidou o acadêmico recém-empossado para proferir o seu discurso de posse. Nele, o acadêmico Marcio Renato dos Santos inicia dizendo de sua alegria ao entrar para a Academia Paranaense de Letras: É uma satisfação tomar posse como o segundo ocupante da Cadeira 36 da Academia Paranaense de Letras, cadeira que tem como patrono o Monsenhor Ricardo Pereira de Lemos e Heitor Stockler de França como fundador.

Tenho 44 anos e, partir de hoje, sou o mais jovem integrante da Academia Paranaense de Letras no atual contexto. Fui recebido nesta instituição apenas 8 anos após estrear como autor. Tenho sete livros de contos, um livro de não ficção e sou coautor, com o José Carlos Fernandes, de um livro sobre a história da Gazeta do Povo. Portanto, tenho oito e meio livros. Oito e meio, título de um dos filmes de que mais gosto e que mais vi até hoje, o mágico, o onírico e o sempre inebriante Oito e meio, do Federico Fellini.” E ao longo de seu discurso foi entrelaçando referências a livros, poemas, filmes e canções. A lista das fontes em que bebeu influências de sua escrita é bastante eloquente a respeito da formação intelectual do novo acadêmico: “Obrigado a artistas que, sem saber, teriam influência na produção de um curitibano que hoje participa desta cerimônia de posse na Academia Paranaense de Letras. Obrigado a Machado de Assis, Jimi Hendrix, Lima Barreto, Miles Davis, Lucia Berlin, Federico Fellini, Itamar Assumpção, Ingmar Bergman, Luiz Melodia, Guy de Maupassant, Newton Sampaio, Cazuza, George Harrison, Helena Kolody, Anton Tchekhov, Clarice Lispector, Julio Ramon Ribeyro, Carlos Drummond de Andrade, Renato Russo, Hilda Hilst, Manuel Bandeira, Cássia Eller, Tom Jobim, Bob Marley, Cortázar, João Gilberto, Murilo Rubião, Virginia Woolf, Mario Quintana, Noel Rosa, Dalton Trevisan, Campos de Carvalho, Lamartine Babo, Dyonelio Machado, Robert Johnson, Jorge Luís Borges, Nei Lisboa, Paulo Leminski, Paul McCartney e, especialmente, John Lennon.”. Homenageou ainda os indígenas e Apollo Taborda França, seu antecessor na cadeira nº 36. Nomeou  amigos e familiares, membros da Academia e contou episódios interessantes a respeito de seu trabalho como jornalista. Sua fala esteve repleta de citações, de reprodução de textos literários, de humor e modéstia, que muito dizem a respeito de sua obra e de sua pessoa. Foi muito aplaudido ao final de seu discurso. Ao encerrar a sessão, o Presidente Ernani Buchmann assim se referiu ao novo acadêmico: “Marcio era pouco mais que um garoto quando me foi apresentado pelo inesquecível Jamil Snege. Porém, já trazia a inquietude que molda os grandes escritores”. E concluiu afirmando que a Academia Paranaense de Letras “está sempre atenta às novas formas de expressão cultural, em constante processo de renovação”. Nada mais havendo a tratar, o Presidente encerrou a sessão solene da qual eu, secretária, lavrei a presente ata que vai por mim e pelo Presidente assinada.

 

Curitiba, 16 de julho de 2018.

 

Ernani Buchmann                                        Marta Morais da Costa

Presidente                                                   Secretária

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