Ata da reunião ordinária de 11 de outubro de 2017

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Aos onze dias do mês de outubro de dois mil e dezessete, no 2º andar das instalações do SENAC, à rua André de Barros, 750, realizou-se mais uma reunião mensal ordinária da Academia Paranaense de Letras, sob a presidência de Ernani Buchmann, estando presentes os seguintes acadêmicos: Eduardo Rocha Virmond, Chloris Casagrande Justen, Renê Ariel Dotti, Clemente Ivo Juliatto, Nilson Monteiro, Adélia Maria Woellner, Ario Taborda Dergint, Dante Mendonça, João Manuel Simões, Antônio Carlos Carneiro Neto, Flávio Arns, Albino Freire, Ricardo Pasquini, Cecília Vieira Helm, Rui Cavallin Pinto, Luci Collin, Roberto Gomes, Maria José Justino, Léo de Almeida Neves, Paulo Vítola e Marta Morais da Costa. Na abertura da sessão, o presidente saudou a presença de todos, considerando a reunião especial em razão de dois eventos: a palestra em homenagem ao acadêmico doutor Metry Bacila e a eleição para o novo acadêmico a ocupar a cadeira nº 22. Apresentou o convidado da sessão, Matheus Bacila, naquele momento sentado no mesmo lugar ocupado por seu avô, o acadêmico Metry Bacila, quando das reuniões da Academia Paranaense de Letras. Após a leitura do Credo Acadêmico pela recém-eleita acadêmica Luci Collin, Matheus Bacila passou a apresentar uma síntese da palestra proferida no Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Iniciou sua apresentação lembrando a época de sua infância em que o avô o levava aos cafés da manhã da APL. Sua apresentação arrolou os feitos extraordinários e pioneiros do doutor Metry Bacila nas áreas de pesquisa e docência no estado, no país e internacionalmente. Desde a formatura em Medicina em 1946, sua atuação desbravadora, em especial no campo de conhecimento da bioquímica, elevou a pesquisa e a formação de profissionais a níveis reconhecidos pela comunidade acadêmica. Criou grupos de pesquisadores com centenas de artigos publicados, inovou na criação do Instituto de Bioquímica da Universidade Federal do Paraná em 1958 e, três anos depois, o primeiro curso de pós-graduação na área no Brasil. Em 1959, foi eleito o primeiro paranaense a integrar a Academia Brasileira de Ciências. Foi professor da USP, da UFPR e da PUCPR. Publicou cerca de 400 trabalhos científicos. Em 1984, por ter sido pioneiro no Programa Antártico Brasileiro, esteve presente na inauguração da estação do Brasil na Antártida. Foi membro de associações e academias internacionais com prêmios no Brasil e no exterior. Em 1999, foi citado em reportagem da Folha de S. Paulo como um dos mais reconhecidos cientistas brasileiros em ranking nacional. Após os aplausos calorosos, o acadêmico Ricardo Pasquini solicitou a palavra para enaltecer a apresentação oral de Matheus Bacila, dando seu testemunho como participante da história vivida pelo doutor Metry Bacila. Informou que a obtenção da bolsa que lhe permitiu a permanência de três anos nos Estados Unidos recebeu o apoio do eminente médico. Salientou que o doutor Bacila era um grande pesquisador e formador de pesquisadores. A acadêmica Adélia Woellner atestou que, em sua convivência com o acadêmico Metry Bacila, pôde verificar a humildade com que ele se relacionava com os demais acadêmicos. Era “admirável, amoroso e generoso”, segundo ela. O acadêmico Clemente Juliatto afirmou que o conheceu muito bem. Quando o primeiro curso de Medicina da PUCPR completou 50 anos, na foto dos primeiros formandos lá estava o doutor Bacila como um dos professores. Disse ainda que o notável acadêmico recebeu da PUCPR o título de Doutor Honoris Causa. O acadêmico Léo de Almeida Neves informou que, enquanto aluno do Colégio Estadual do Paraná, teve aulas de Química com doutor Metry, um grande professor que entusiasmava seus alunos, a ponto de haver alguns que mudavam a escolha da futura profissão, migrando do Direito para a Medicina. O presidente Ernani Buchmann dirigindo-se ao palestrante, acrescentou: “seu avô deve estar orgulhoso de você”. O acadêmico Renê Dotti entregou em nome da APL uma declaração a Matheus Bacila atestando a realização de sua palestra, ao mesmo tempo em que elogiou seu desempenho, em especial a notável memória. Sugeriu que o procedimento de convidar pessoas para que falem sobre os acadêmicos já falecidos se torne norma da Academia. O acadêmico Flávio Arns acrescentou, como informação, que a filha do doutor Bacila, Maria Sílvia Bacila Winkeler é a atual secretária da Educação da Prefeitura de Curitiba e que seu pai, ex-reitor da PUCPR e professor Oswaldo Arns, tinha entre seus amigos o doutor Metry. Encerrou-se aqui a primeira parte da sessão ordinária. Ao iniciar a segunda parte, o presidente Ernani Buchmann trouxe para a discussão da assembleia a possibilidade de a Academia Paranaense de Letras aceitar votos por e-mail na eleição de novos acadêmicos, de vez que já são aceitos votos por correspondência. Esse novo procedimento teria como condição que a mensagem eletrônica fosse encaminhada exclusivamente ao presidente da APL, que adotaria total neutralidade no processo. O acadêmico Léo de Almeida Neves declarou que o voto é secreto e poderia haver quebra de sigilo, portanto manifestou-se contra a aceitação desse tipo de encaminhamento de votos. O acadêmico Nilson Monteiro declarou-se contra porque abriria ao presidente um voto que deve ser inviolável. O acadêmico Renê Dotti manifestou-se citando Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo do jornalista Sérgio Porto, que definia a televisão como “fábrica de fazer doidos”. Tal afirmativa só se justificava porque o autor não conhecia a internet. Segundo o acadêmico, ao divulgar a permissão do voto por e-mail, poderia ser instalada a anarquia e há necessidade de preservar a inteligência, a razão e o bom senso, porque haverá, sem dúvida, quebra de sigilo. A acadêmica Maria José Justino declarou-se favorável, porque, salvo engano, o voto é feito em segredo, mas, se o acadêmico quiser revelar sua escolha, pode divulgá-lo. Acrescentou que devemos aceitar porque não há como lutar contra as redes sociais. O acadêmico Clemente Juliatto também se declarou favorável porque tal procedimento acompanha a modernidade e hoje o correio eletrônico é uma realidade. O acadêmico Flávio Arns manifestou-se contrário ao voto eletrônico. Argumentou que mesmo no Congresso há situações e decisões que exigem o voto fechado. O acadêmico Rui Cavallin Pinto afirmou que somos uma pequena sociedade de intelectuais e o medo do voto secreto é medieval e não há como ficar constrangido ao declarar em quem o acadêmico votou. A acadêmica Marta Morais da Costa declarou-se contra, salientando que a votação é um ritual importante da Academia, que a presença física dos acadêmicos lhe dá maior solenidade e que, na impossibilidade da presença, o voto por correspondência é aceito. Colocada em votação, a proposta de aceitação de voto por mensagem eletrônica foi rejeitada por 12 votos a 9. E, portanto, não se validarão votos por e-mail. A seguir, a palavra foi dada à Comissão de Avaliação, cujo presidente, o acadêmico Albino de Brito Freire, passou a ler as conclusões e o parecer final. Inicialmente, ele agradeceu aos demais membros da Comissão pela boa vontade no trabalho intenso com todos os procedimentos de análise. Foram três as candidaturas apresentadas na disputa da vaga à cadeira nº 22, cujo último ocupante foi o acadêmico João José Bigarella. Os candidatos inscritos, por ordem alfabética, foram Carlos Magno Correa Dias, Etel Frota e Marcio Renato dos Santos, Os três pareceres foram aprovados pelo plenário. Teve início, então, a votação com 22 votantes presenciais e três votos por correspondência. Após a votação, a Comissão de Escrutínio, composta pelos acadêmicos Nilson Monteiro, Carneiro Neto e Paulo Vítola, contados os votos, proclamou o seguinte resultado: Carlos Magno Corrêa Dias, 1 (um) voto; Marcio Renato dos Santos, 5 (cinco) votos e Etel Frota 19 (dezenove) votos. Desse modo, a nova ocupante da cadeira 22, cujo patrono é Manuel Montepoliciano da Silva, será Etel Frota, eleição recebida com aplausos. No item Assuntos Gerais, o presidente Ernani Buchmann informou que a Diretoria reunida decidiu não abrir, em 2017, inscrições para preenchimento da cadeira nº 36, que teve como último ocupante o poeta Apollo Taborda França, deixando para fazê-lo na primeira reunião de 2018, haja vista a exiguidade de tempo até o final do ano para a realização de todos os procedimentos usuais. O acadêmico Nilson Monteiro irá a Cornélio Procópio como representante da APL no encontro de todas as academias de Letras do Paraná e solicitou aos acadêmicos que desejarem enviar obras para esse simpósio que as enviem ao endereço da Academia. O acadêmico Ário Dergint sugeriu que a comissão de avaliação fizesse sempre menção ao nome do último ocupante da cadeira em disputa em seus futuros pareceres. O presidente Ernani Buchmann encerrou a reunião, da qual eu, secretária, lavrei a presente ata que vai pelo presidente e por mim assinada. Curitiba, 11 de outubro de 2017.

 

Ernani Buchmann – Presidente

Marta Morais da Costa – Secretária

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