Ata da reunião ordinária de 13 de março de 2019

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Aos treze dias do mês de março de dois mil e dezenove, no 2.º andar das instalações do Senac, à rua André de Barros, 750, realizou-se a reunião mensal ordinária da Academia Paranaense de Letras, a primeira do novo ano, sob a presidência do acadêmico Ernani Buchmann, estando presentes os seguintes acadêmicos: Eduardo Rocha Virmond, Adélia Maria Woellner, Laurentino Gomes, Chloris Casagrande Justen, Ario Taborda Dergint, Nilson Monteiro, Dante Mendonça, Cecília Maria Vieira Helm, João Manuel Simões, Ricardo Pasquini, Etel Frota, Clemente Ivo Juliatto, Paulo Venturelli, Antônio Carlos Carneiro Neto, Rui Cavallin Pinto e Marta Morais da Costa. O presidente Ernani Buchmann saudou a todos, agradeceu a presença e apresentou os convidados da reunião: Georgiana França e Isabel Bizerra, representantes do Sesc da Esquina, Dr. Hélio Germiniani, José Carlos Pacífico e Nicole Melhem, assessores do deputado estadual Homero Marchese, e Carlos Dalla Stella, o palestrante da reunião. A leitura do Credo Acadêmico foi realizada pelo acadêmico Laurentino Gomes, finda a qual se apresentaram aos convidados os acadêmicos presentes. O presidente passou, em seguida, a fazer algumas comunicações. A primeira foi sobre o site da Academia Paranaense de Letras, um dos mais modernos e melhores entre os das academias de letras do Brasil. Solicitou que quem tiver artigo a ser publicado no site, que o encaminhe ao acadêmico Nilson Monteiro. Sobre o pagamento da anuidade do ano corrente, sugeriu que os acadêmicos se dirigissem aos responsáveis nesta reunião, a saber, os acadêmicos Nilson Monteiro e Dante Mendonça. Avisou a todos que a pauta da revista da Academia está aberta e que outros assuntos e contribuições serão bem-vindos. O prazo expira em 31 de março próximo. Informou que o teto do Belvedere já foi restaurado e que, segundo o Ippuc, a previsão de entrega da obra é para os meses de julho/agosto. Em razão dessa finalização, cabem à presidência duas incumbências: renovar o convênio com o Senac para a instalação do café no piso inferior e adquirir uma grande mesa de reuniões e as necessárias cadeiras, e móveis para o espaço administrativo. A inauguração deverá ocorrer no mês de outubro. A seguir, convidou para fazer sua apresentação o poeta e artista plástico Carlos Dala Stella, que acaba de lançar o livro “A arte muda da fuga”. O palestrante iniciou agradecendo o convite e afirmando não ver nenhum problema teórico em promover a simbiose das duas artes: a literatura e as artes plásticas. Afirmou que escreve textos diariamente e desenha em cadernos, desde os 15 anos de idade. E já em seu segundo livro publicado havia a presença do gráfico convivendo com a poesia e que o livro híbrido é a ideia que mais o cativa. O fundamento de suas obras é sempre a poesia, que, segundo ele, é a reparadora da realidade. A arte é feita de delicadezas, no seu entender, e uma imagem que o marcou desde a infância é a da avó cortando lenha – uma ação masculina – mas rescendendo à delicadeza do perfume que usava. “É o tipo de beleza que procuro: a justeza, o corte de adjetivos. Essa porção de realidade delicada me atrai. Porção que poderia se perder e que a poesia restaura”, disse ele. Na continuidade de sua exposição, acrescentou: “Para mim, uma ideia cara é que a poesia não é uma metáfora; prefiro falar em antítese, um atrito que provoca calor, corporeidade. Recupera a fisicalidade do mundo.” Para comprovar sua ideia, leu o poema “Beijo” e mostrou o caderno de ateliê n.º 70. Convidou a todos para a abertura da exposição “Variáveis”, no dia seguinte, em que seu ateliê estaria apresentado em dia de festa, oposto ao caos habitual no qual cria e trabalha. Sua palestra foi muito aplaudida. A seguir, a palavra foi concedida à acadêmica Marta Morais da Costa que expôs parte do trabalho de organização da antologia que resultou no volume “A arte muda da fuga”, e elogiou a qualidade poética do escritor. Seguiu-se pergunta da acadêmica Etel Frota sobre a obra “Bicicletas de Montreal”, depois de tecer elogios sobre a fala e a obra de Carlos Dala Stella. Este, por sua vez, explicou a origem da obra citada e concluiu sobre a importância de um livro como trabalho de equipe. A acadêmica Adélia Woellner considerou a apresentação “comovente”. O acadêmico Ruy Cavallin Pinto exaltou a relação entre as duas linguagens e relatou que em seu livro “Mais que palavras…um ensaio verbo-visual” também a imagem convive com palavras. O presidente salientou no livro de Carlos Dala Stella a “constelação de silêncios”, uma característica de poucos poetas do Brasil na atualidade. A seguir, passou a palavra para a gerente de cultura do Sesc, Georgiana França, e à bibliotecária Isabel Bizerra, que agradeceram a oportunidade de conversar com os acadêmicos e convidaram a todos para a Semana Literária do Sesc a ser realizada de 23 a 28 de setembro próximo. Também colocaram à disposição dos presentes a biblioteca renovada do Sesc da Esquina e seu acervo que, sem usuários, não terá vida. Sugeriram que os acadêmicos poderiam ali comparecer para palestras ou outras atividades. O presidente Ernani Buchmann informou que já deu uma palestra para uma classe de adultos oriundos da Cidade Industrial naquele espaço. A acadêmica Adélia Woellner reforçou a importância desses encontros em razão de suas experiências como guia de leitura nas bibliotecas da Fundação Cultural de Curitiba. O acadêmico Laurentino Gomes fez menção a sua relação com a Biblioteca Norton Macedo, do Sesc, ao contar a história de um almoço entre ele, Norton Macedo, Wilson Martins e Eduardo Rocha Virmond. Como resultado, parte da biblioteca de Norton Macedo ficou na sua casa enquanto escrevia capítulos do livro “1889”. Nos livros emprestados, ficaram anotações e rabiscos. A seguir, o presidente passou a palavra aos convidados José Carlos Pacífico e Nicole Melhem que vieram apresentar aos acadêmicos o “Projeto de expansão da leitura no Estado do Paraná: Clube do Livro Maria do Ingá”, que contará com um representante da APL na mesa de debates de livros de literatura. O referido projeto retoma as ideias e conceitos do projeto Maria do Ingá, defendido pelo deputado estadual Homero Marchese e tem como objetivo despertar o amor pela leitura, desenvolver o hábito de ler, valorizar e estimular o debate e ampliar o vocabulário dos estudantes matriculados em escolas de ensino médio localizadas em todo o estado do Paraná. O texto do projeto foi distribuído em cópias xerográficas a todos os presentes e está aberto a contribuições. Por designação do presidente, a acadêmica Marta Morais da Costa fará parte desse projeto em nome da Academia por estar envolvida no Plano Estadual do Livro, da Leitura e da Literatura (Pelll) e ter idealizado as Casas de Leitura da Fundação Cultural de Curitiba. A acadêmica Chloris Casagrande Justen se manifestou em apoio ao projeto e afirmou que “estamos lutando pela cultura e precisando de apoios.”. A palavra a seguir foi dada ao Dr. Hélio Germiniani, que agradeceu a honra do convite para estar na reunião e convidou a todos para a missa de 1.º ano de falecimento da acadêmica Clotilde Germiniani a ser rezada às 19h, do próprio dia 13 de março, na igreja das Mercês. O convidado aproveitou a oportunidade para oferecer-se a dar uma palestra no Sesc sobre a história da ópera. O presidente Ernani Buchmann fez dois registros de lançamentos: o do 8.º livro de contos do acadêmico Marcio Renato dos Santos, “A cor do presente” e do novo livro da acadêmica Luci Collin, “Fascinação”, em coautoria com Flávio de Souza. O presidente pediu que constasse em ata o registro da homenagem prestada pela classe teatral aos acadêmicos Marta Morais da Costa e Paulo Vítola em dezembro de 2018 pela relevante atuação em prol do teatro paranaense. A acadêmica Etel Frota convidou os presentes para no dia 14 de março próximo, no Espaço Cultural Carmela, o sarau “Soltando a Franga”, do coletivo ‘Mulherio das Letras’, em homenagem à memória de Marielle Franco, no dia do primeiro aniversário de seu assassinato. Também convidou para, no dia 19 de março, no Bar Ornitorrinco, o sarau de narrativas “Vespeiro”, do coletivo “Vespeiro”. Comunicou ainda que a paranaense Nena Inoue, atriz e militante cultural, responsável pelo curitibano ‘Espaço Cênico”, recebeu, na última semana, o Prêmio Shell de Melhor Atriz, no Rio de Janeiro, por seu desempenho em “Para Não Morrer”, monólogo baseado no livro “Mulheres”, do uruguaio Eduardo Galeano, adaptado para o palco pelo jovem dramaturgo paranaense Francisco Mallmann. O acadêmico Clemente Ivo Juliatto convidou os presentes para as comemorações dos 60 anos da Pontifícia Universidade Católica do Paraná – PUC-PR, a serem realizados no dia seguinte, 14. O presidente informou que o Sesc está produzindo 90 cartões postais com o texto de alunos do projeto “Lendas do Paraná”, resultado do convênio com a Academia Paranaense de Letras e sob os cuidados e responsabilidade da acadêmica Chloris Casagrande Justen. Nada mais havendo a tratar o presidente encerrou a reunião da qual, eu, secretária, lavrei a presente ata que vai por mim e pelo presidente devidamente assinada.

 

Curitiba, 13 de março de 2019.

 

Ernani Buchmann                                                                        Marta Morais da Costa

Presidente                                                                                              Secretária

Uma resposta

  1. Parabenizo ao Doutor Carlos Dalla Stela. Aproveito a oportunidade para saudar a sua magnífica capacidade de se comunicar e expor seus conhecimentos. Participei de um curso , concedido pela seed e protagonizado pelo Senhor em 1992/1993. Utilizei o material como apoio em minhas aulas de Português e Literatura. Obrigada. Eternamente grata. Valquiria

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