Ata da reunião ordinária de 8 de novembro de 2017

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Aos oito dias do mês de novembro de dois mil e dezessete, no 2º andar das instalações do SENAC, à rua André de Barros, 750, realizou-se mais uma reunião mensal ordinária da Academia Paranaense de Letras, sob a presidência de Ernani Buchmann, estando presentes os seguintes acadêmicos: Eduardo Rocha Virmond, ChlorisCasagrande Justen, Nilson Monteiro, Adélia Maria Woellner, Dante Mendonça, Antônio Carlos Carneiro Neto, Flávio Arns, Albino Freire, Cecília Vieira Helm, Rui Cavallin Pinto, Roberto Gomes, Guido Viaro, Paulo Torres, Etel Frota e Marta Morais da Costa. Justificadas as ausências dos acadêmicos Renê Ariel Dotti, Ricardo Pasquini e Luci Collin. Na abertura da sessão, o Presidentesaudou a todos, em especial ao Dr. Rodrigo Sanches Rios, o palestrante convidado, doutor em Direito pela Universidade La Sapienza, professor da graduação e pós-graduação da PUCPR, com livros e artigos publicados na área: “Antes de tudo um humanista”, resumiu o Presidente Ernani Buchmann. Após a leitura do Credo Acadêmico pelo acadêmico Roberto Gomes e a apresentação formal dos demais acadêmicos, o Presidente apresentou um voto de louvor à acadêmica Luci Collin, cujo livro “Palavra algo” obteve o segundo lugar no concurso nacional do prestigiado prêmio Jabuti. O acadêmico Nilson Monteiro recomenda a leitura do livro em razão de sua alta qualidade poética. Em seguida, o dr. Rodrigo Sanches Rios passou a tratar do assunto escolhido para sua palestra: a literatura latino-americana, em especial a peruana. Ele iniciou cumprimentando a todos e falando da amizade que mantém com o Presidente Ernani Buchmann. Após rápida introdução sobre a situação político-jurídico-social do Brasil, argumentou que a literatura cria uma outra realidade e que foge um pouco das agressões da realidade cotidiana. Mas de que literatura se fala quando se usa este termo? No caso do Peru, há diferentes literaturas porque existem diferentes línguas e culturas a serem expressas: a quíchua, a espanhola, a aimará, além das línguas nativas da Amazônia. Ele se propõe a fazer uma rápida incursão sobre essa história. Apesar da forte presença da literatura em língua espanhola, é possível observar o crescimento da literatura em língua quíchua. Na literatura da região andina não há uma tradição teórica, mas há muitas modalidades literárias orais. O escritor Vargas Llosa bem apresentou esta questão em Pantaleão e as visitadoras e em Casa verde. A literatura quíchua começa no período da colônia com Felipe Ayala e o inca Garcilaso de la Vega.  Eles compilaram as narrativas tradicionais, o que permite conhecer o período retratado em seus livros. O primeiro livro chegou ao Peru em 1532 e já em 1584 editou-se ali um primeiro livro, um catecismo em versão quíchua e aimará. Há peças teatrais dos séculos XVII e XVIII, que divulgam o mundo andino e afirmam sua identidade. José Maria Arguedas (1911-1969) foi o escritor que melhor demonstrou o valor e a qualidade da cultura andina. A produção em língua quíchua continua, em especial no teatro. Discorreu também sobre a importância e influência na literatura pela Inquisição, que vigorou no Peru até 1821, e sua ação de censura a escritos literários. Ao encerrar a palestra recebeu os aplausos dos presentes. A acadêmica Marta Morais da Costa acrescentou a informação da presença do teatro jesuítico no Brasil já a partir de 1561 até 1597, em três línguas (português, espanhol e tupi) com personagens indígenas e intenção catequizadora. O Presidente Buchmann informou que finalmente temos, neste século, uma ligação terrestre com o Peru, além, é evidente, das interações culturais. O convidado despediu-se e o plenário passou a tratar de assuntos internos. Ao iniciar a segunda parte, o Presidente informou sobre a próxima reunião, dia 13 de dezembro, com o almoço tradicional, palestra de Miguel Sanches Neto e o convite para o prefeito, acadêmico Rafael Greca de Macedo, para que apresente seus projetos culturais e as reformas previstas para o Belvedere. Informou que a Revista nº 67, que está com 360 páginas, já na gráfica Positivo. E lembrou de que a revista tem limitação de páginas. Por isso, as contribuições devem ser sucintas para que todos possam ter suas contribuições publicadas. Há acadêmicos que não publicam, enquanto outros enviam textos demasiado longos. Há uma limitação de páginas devido ao convênio com a editora Positivo. A acadêmica Adélia Woellner informou que no dia anterior esteve na cerimônia de entrega de prêmios dentro do projeto “Palavra viva” do Positivo, de que ela e a acadêmica Chloris Justen participam, selecionando os melhores textos. O Presidente informou que recebeu da senhora Maria Elisa Paciornik a consulta à Academia Paranaense de Letras se aceitaria a doação da biblioteca do dr. Rui Ferraz de Carvalho. O Presidente consultou os presentes, sendo unânime o interesse em receber essa doação e criar uma estante com o nome do doador, o que poderá ser realizado após a mudança do acervo da APL do 1º para o 3º andar da atual sede provisória. Nos Assuntos Gerais, o acadêmico Nilson  Monteiro fez um breve relato da sua atuação no 12ª Reunião Anual das Academias de Letras do Paraná. Havia 17 acadêmicos presentes. Houve um recital ao piano por Ana Vilar, a excelente palestra de Marilu Mertens Oliveira sobre literatura, em que analisou a música de Etel Frota, cantada por Maria Bethânia e tratou das vertentes da literatura no Brasil na atualidade. Informou ainda que na página do Facebook da APL estão publicados os discursos de Luci Collin e Guido Viaroquando da posse da recém-eleita acadêmica. A acadêmica Adélia Woellner distribuiu entre os acadêmicos o pacote de suas poesias e agradeceu à Fecomércio que reimprimiu seu texto intitulado “A água que mudou de nome”. O Presidente Ernani Buchmann cumprimentou a acadêmica Adélia Woellner pela repercussão de sua obra. A acadêmica Chloris Casagrande Justen informou que a Secretaria de Educação do Estado está com o projeto “A Academia vai à escola” pronto e que a Lei estadual nº18 000 vincula o ensino da história do Paraná ao currículo das escolas paranaenses. O Presidente comunicou que a posse da recém-eleita acadêmica Etel Frota se dará no dia 12 de março de 2018 no Paço da Liberdade. Nada mais havendo a tratar, o Presidente Ernani Buchmann encerrou a reunião, da qual eu, secretária, lavrei a presente ata que vai pelo Presidente e por mim assinada. Curitiba, 8 de novembro de 2017.

 

Ernani Buchmann ​​          Marta Morais da Costa

​​​Presidente ​​​​                      Secretária

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