Curitibano de 8 de outubro de 1889, ainda pequeno seus irmãos corriam a copiar-lhe os versos improvisados. Em­bora frequentasse, já crescido, duas escolas primárias, abandonou-as a seguir, sem prestar exames finais. Sem ter diplomas, sem curso superior, nem por isso deixou de se firmar no cenário intelectual e principalmente educacio­nal do Paraná. Participou de todas as manifestações literá­rias da acanhada Curitiba do início do século XX e, como autor didático, publicou Can­tigas de Infância, No Lar e Na Escola e Reino Infantil, poemas e contos infantis. Como explicar que alguém que não frequentou os bancos escolares chegasse a diretor-geral de Educação? Certamente herdara do pai, João, o gosto pelas letras e artes em geral, a vocação para o teatro, pela boemia, a andar pelas madrugadas dedilhando o pinho e, de seu avô materno, o professor Brandão, o envolvimento com o mundo da petiza­da.

Paranista consciente, não deixou de reverenciar o símbolo augusto do Paraná, o pinheiro, no seu Reino dos Pinheirasis e, fixando residência no Rio a partir de 1938, foi o representante máximo da política paranaense durante seis anos seguidos, acompa­nhando o interventor Manoel Ribas em suas visitas, reuniões e audiências oficiais no Rio de Janeiro. Foi um verdadeiro embaixador da cultura paranaense.

Poeta, revistógrafo (A Crise, no Teatro Hauer; O Diabo em Curitiba, no Mignon; A Magia do Ouro, no Guaíra), músico, conferencista, jornalista, o nosso embaixador cul­tural. É extensa a sua bibliografia, destacando-se: Horas; Poentes de Outono; Vaticínios (crônicas); A Hora da Mulher (ensaio) e Em Louvor do Paraná (discurso).

Em 1982, com mais de 90 anos, faleceu no Rio de Janeiro o menestrel insólito do ban­dolim, dissolvendo as energias em cantar madrigais quentes, por debaixo dos balcões, disputando sorrisos de castelãs a golpes de florete. (WB)

Patrono: Joaquim Dias da Rocha Filho (1862-1895)
1.º Ocupante: Wilson da Silva Bóia (1927-2005)
2.º Ocupante: Léo de Almeida Neves (1932)