Nasceu em Pinhais, em 3 de janeiro de 1866. Já no Ins­tituto Paranaense, demonstrava o seu vigor físico, ao se exibir com rara habilidade nos aparelhos de ginástica, executando saltos mortais. Aos 16 anos de idade, ingres­sou na Faculdade de Direito de São Paulo. Sua vida como acadêmico foi consagrada à boemia. Vibrou pela causa abolicionista a ponto de, no dia da abolição da escravatura, escrever uma carta dirigida à princesa Isabel. Lançou, então, seu primeiro livro, de feição parnasiana, Músicas. Mesmo abusando do álcool, das noites mal dormidas, formou-se em Direito em 15 de novembro de 1889, coincidentemente, a data em que a monarquia, por ele tão combatida, ruía. Foi, a seguir, para o Rio, lançando-se no jornalismo ao lado de Bilac, Pardal Mallet, Murat e outros. Mas foi o encontro com Cruz de Sousa que alterou pro­fundamente o rumo de sua poesia.

Mudou-se para Minas Gerais, iniciando sua curta carreira na magistratura. Seriamente doente, em fins de agosto de 1896 retornou ao Paraná. Durante um ano ficou sob os cuidados do irmão Júlio e da dedicação da cunhada Júlia, até o total restabelecimento. De Curitiba nunca mais sairia.

Lançou Alegorias. Por concurso, conquistou a cadeira de Português do Ginásio Parana­ense. Em seguida publicou Ilusão, ocasião em que recebeu a consagração popular, no Passeio Público. Em 20 de agosto de 1911 foi ali coroado Príncipe dos Poetas Parana­enses. Figura pequenina e azougada, palestrador incomparável, conversava como nin­guém quando, na saleta da pensão, à noite, reunia amigos, discípulos e admiradores, andando de um lado para outro, inquieto, vibrátil, a fronte erguida, rindo e gesticulan­do, os braços sempre em movimento compassado, pisando ou saltitando no bico dos pés, de quando em quando a soltar gostosas gargalhadas e repetindo a frase: “Imagi­nem vocês… Imaginem vocês…”

O autor dos libretos Papilio Innocentia e A Vovozinha, da Pena de Talião e de Setembro, fundador do Centro de Letras do Paraná, no fim da tarde da quarta-feira, 19 de janeiro de 1921, conversando com o médico Alegretti Fi­lho, ao lavar as mãos na pensão em que morava, sentiu-se mal. Levou a mão à fronte, cambaleou, amparando-se à parede. Foi levado para a cama, já morto. Desaparecia, assim, uma das maiores figuras da história literária do Paraná. (WB)

Fundador: José Henrique de Santa Ritta (1872-1944)
1.º Ocupante: Octávio De Sá Barreto (1906-1986)
2.º Ocupante: Oldemar Justus (1922-2006)
3.º Ocupante: Adherbal Fortes de Sá Júnior (1939)