Seu gosto pela filosofia não é de agora. Desde adolescente deixava-se dominar por reflexões espirituais na busca de explicação para as leis da sociedade e da natureza. Aprofun­dou-se na análise das teorias científicas modernas e apurou o senso crítico para defrontar-se com os paradoxos de experi­ências amadurecidas no estudo das realidades imanentes e transcendentes. Certa vez, em visita ao então presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Lacerda Pinto, na companhia de um diplomata, este ficou impressionado com a intervenção em temas filosóficos desse jovem oficial da Polícia Militar do Estado, investido no cargo de ajudante de ordens. Desde que chegou ao Paraná, vindo das Minas Gerais, de onde é natural — nasceu na cidade de Elói Mendes, em 18 de fevereiro de 1934 — seu itinerário tem sido marcado por abrangente atividade no campo das ideias. Ingressou na Polícia Militar em 1953 com o galardão de primeiro classificado por força de uma precoce preparação intelec­tual que o distinguia entre os demais.

Com tais predicamentos, despertou a atenção do saudoso coronel Amílcar de Medei­ros Crespo, que o designou para servir na Casa Militar do então governador Moisés Lupion, para a qual se recrutava a elite da tropa.

Depois, galgando rapidamente todos os postos da hierarquia da corporação, serviu, na condição de chefe do Gabinete Militar, ao governo Ney Braga, no segundo período de governo, em cujo convívio aprendeu a admirar a forte personalidade daquele líder popular. Mesmo no exercício dessa atividade burocrática, nunca disfarçou seu pendor pedagógico, literário e filosófico. Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Curitiba, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Paraná, é professor de Filosofia do Direito e de Hermenêutica Jurídica da PUCPR, membro do Centro de Letras do Paraná, do Círculo de Estudos Bandeirantes e da Academia Brasileira de Ciên­cias Morais e Políticas (RJ), está sempre a publicar artigos e a realizar palestras em en­tidades culturais. Vem contribuindo com sucessivas diretorias da Academia, revelando desprendimento e contribuindo para sua divulgação em todas as áreas.

Obras publicadas: Anotações Filosóficas (1982); Ciência, Filosofia e Política (1990): Caminhos do Espírito (1991); Filosofia Jurídica no Brasil (1992); Direito, Linguagem e Estrutura Simbólica (1994) Filosofia em Forma de Poesia, três volumes (2004, 2005 e 2008); Dimensões Conceituais do Direito (2005 e 2008, 2.ª edição); Introdução ao Uni­verso dos Símbolos (2009) e Veredas Espirituais (2011).

Em sua posse na APL, foi saudado, em 29 de novembro de 1993, pelo acadêmico Noel Nascimento. (TV)

Patrono: Júlio David Perneta (1869-1921)
Fundador: João David Perneta (1874-1933)
1.º Ocupante: Raul Rodrigues Gomes (1889-1975)