Nasceu em Curitiba no dia 27 de dezembro de 1869. Filho de Francisco David Perneta e de Christina Maria Perneta.

Teve por irmãos, Emiliano, o Príncipe dos Poetas Parana­enses, o deputado federal João Perneta, o poeta Manoel Perneta e o chefe de seção dos Correios, Evaristo Perneta. Casou-se duas vezes, Júlia e Carolina, as esposas.

Grande coração, pai extremoso, franco à ternura, ao sair de sua repartição nunca se esquecia de passar pelo comércio e comprar frutas, biscoitos, qualquer coisa, atitude natural nele, à guisa de mimo para os seus pequeninos.

Escritor filiado à corrente simbolista, poeta, conferencista, jornalista, fundador de pe­riódicos, adversário intransigente do clericalismo, da igreja romana e do jesuitismo, deu-lhes combates memoráveis que aí ficaram registrados, atestando o vigor de sua pena e de suas convicções. Alguns de seus livros: Razão Porque… (1896), Os Chacais (1898), A Igreja de Roma (1901), Missões Jesuíticas no Brasil (1903), afora artigos nas revistas Jerusalém, Acácia e A Pena. Ainda moço, por ocasião da revolução de 1893, prestou serviços à Republica como oficial do Batalhão Patriótico. Atuou em Antonina como delegado de polícia e secretário da Câmara Municipal; em Morretes, como pro­motor público, e em Curitiba desempenhou as funções de chefe de seção da Secretaria da Agricultura e, interinamente, a da Secretaria do Interior, Justiça e Instrução Pública. Pertenceu à plêiade brilhante dos que escreviam nas seguintes revistas: O Cenácu­lo, Revista Azul, A Evolução, Jerusalém, O Futuro, Victrix, A Pena e Clube Curitibano. Redator do Boletim Colonial e Agrícola e de A Casa do Lavrador. Assíduo colaborador do Correio da Manhã, A Noite, A Tribuna, A República, Diário da Tarde, Comércio do Paraná e Diário dos Campos.

Vítima de pneumonia, apesar da compleição forte e do pronto atendimento médico, faleceu em Curitiba, à meia-noite de 22 de julho de 1921, saindo o féretro de sua residên­cia, na Rua Marechal Deodoro.

Com o seu desaparecimento rompia-se o primeiro elo da corrente simbólica que o unia aos outros membros do Cenáculo, Dario Vellozo, Silveira Netto e Antônio Braga. À beira da sepultura, falaram os amigos José dos Passos, Dario Vellozo e, representando o Centro de Letras do Paraná, Ciro Silva. (WB)

Fundador: João David Perneta (1874-1933)
1.º Ocupante: Raul Rodrigues Gomes (1889-1975)
2.º Ocupante: Antônio Celso Mendes (1934)