Nasceu em Paranaguá, em 12 de novembro de 1874. Cursou as primeiras letras no Rio Grande do Sul e, em Porto Alegre, matriculou-se na Escola Militar.

Praça aos 17 anos de idade, logo se transferiu para a Escola Militar da Praia Vermelha, no Rio. Diplomado com o Curso de Armas e Engenharia Militar, saiu segundo-tenente, ser­vindo, durante a revolução, ao lado de Floriano Peixoto, na guarnição dos navios da chamada, pitorescamente, “esquadra de papelão”. Servia no 6.º de Artilharia, sediado em Curitiba, quando Daltro Filho (que chegaria ao generalato e ao comando da 5.ª Região Militar), todo enquadrado, apresentou-se a ele, oficial de dia. Nilo o recebeu às gargalhadas, ridicularizando-lhe a compostura impecável de militar e confessou-lhe com uma ponta de amargura: “Este magro galão corresponde a 14 anos de serviço.”

Capitão em 1911, engenheiro militar, bacharel em Ciências Físicas e Matemáticas, com o curso de Estado-Maior, farmacêutico, médico homeopata, sabia ser pouco apreciado pelos indolentes, porque costumava trabalhar exaustivamente, exigindo aos compa­nheiros e subordinados idêntica potencialidade.

A Universidade do Paraná, fundada em 1912, deve-lhe imenso reconhecimento. O gê­nio vulcânico de Nilo não conhecia dificuldades. Catedrático de Fisiologia, de Patologia Geral e de Anatomia Patológica, lecionava outras cadeiras quando solicitado, com a mesma erudição. Considerado benemérito da Universidade em 1916, pediu no ano seguinte um ano de licença, a seguir prorrogado. Não se sabe, realmente, a razão de seu afastamento. Prendia-se, diziam, a questões de ordem sentimental, problemas de cunho íntimo. Mudou-se para São Paulo, resolvendo cursar Agronomia.

Dono de risadas homéricas, de piadas mordazes, às vezes irritadiço, caminhava célere, afobado, cumprimentando bruscamente amigos e conhecidos, acenando-lhes com as mãos. Impulsivo e franco, arregimentou inimigos e indiferentes. Mostrava-se irônico e impiedoso contra os que se antepunham a seus projetos. Enciclopédico, cérebro privilegiado, casado por três vezes, faleceu no Rio de Janeiro em 6 de junho de 1928, após uma cirurgia de úlcera gástrica. (WB)

Fundador: José Pereira de Macedo (1883-1965)
1.º Ocupante: Mário Braga de Abreu (1906-1981)
2.º Ocupante: Moysés Goldstein Paciornik (1914-2008)
3.º Ocupante: Ricardo Pasquini (1938)