O advogado René Ariel Dotti, ocupante da Cadeira número 3 da Academia Paranaense de Letras, que assumiu em setembro de 1992, faleceu hoje, em Curitiba, vítima de parada cardiorrespiratória.Dotti, nascido em Curitiba, em 15 de novembro de 1934, em dia que se comemora a República, formou-se pela Universidade Federal do Paraná em 1958, integrou o corpo docente de várias universidades, bem como diversos conselhos e comissões, inclusive nos governos municipal, estadual e federal, além da Ordem dos Advogados do Brasil.

Autor de mais de dez livros e centenas de artigos, era referência para os alunos de Direito, juristas e acadêmicos de todo o país. Na época da ditadura militar, defendeu senadores e ex-deputados.

Empregava mais de 30 advogados em seu escritório, onde também trabalha uma de suas filhas, Rogéria Dotti.

Sua biografia é extensa. Filho de Gabriel Dotti e Adelina Zulian Dotti, era professor titular de Direito Penal na UFPR. Com a obra “Proteção da Vida Privada e Liberdade de Informação”, classificou-se em 1.° lugar no Concurso Nacional de Letras Jurídicas, promovido pela Secretaria da Justiça do Paraná e a Gazeta do Povo, em 1978, cujo prêmio (De Plácido e Silva) foi outorgado por comissão presidida pelo Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Oswaldo Trigueiro, e da qual participaram, entre outros, o ex-ministro Seabra Fagundes, o jurisconsulto Miguel Reale, além de Washington de Barros Monteiro e Benjamin de Moraes Filho.

Integrou o Conselho Diretor do Instituto Latino-Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinquente. Era vice-presidente da Associação Internacional do Direito Penal (com sede em Paris) e membro da Sociedade Mexicana de Criminologia. Ex-magistrado do TRE-PR.

É coautor do projeto de reforma da Parte Geral do Código Penal brasileiro e da Lei de Execução Penal do Brasil (leis n.º 7.209 e 7.210, de 11.07.1984) além de relator do anteprojeto da nova Lei de Imprensa.

Foi também secretário de Estado da Cultura (1987-1991) e durante sua gestão, entre várias realizações, criou o jornal “Nicolau”, que ficou famoso no país e fora dele. Realizou expressiva administração, dinamizando e modernizando a pasta. Após isso, retornou à advocacia, notadamente no campo do Direito Penal.

Era um ativo participante na Academia Paranaense de Letras.

  • Autor: diretoria da Academia Paranaense de Letras