Aos treze dias do mês de junho de dois mil e dezoito, no 2º andar das instalações do SENAC, à rua André de Barros, 750, realizou-se mais uma reunião mensal ordinária da Academia Paranaense de Letras, sob a presidência de Ernani Buchmann, estando presentes os seguintes acadêmicos: Ario Taborda Dergint, Flávio Arns, Ernani da Costa Straube, Rui Cavallin Pinto, Guido Viaro, Adélia Maria Woellner, Renê Ariel Dotti, Albino de Brito Freire, Chloris Casagrande Justen, Laurentino Gomes, Marta Morais da Costa, Nilson Monteiro, Antônio Celso Mendes, Ricardo Pasquini, Marcio Renato dos Santos e Antônio Carlos Carneiro Neto. Justificaram sua ausência os acadêmicos Clemente Ivo Juliatto, Cecília Maria Vieira Helm, Paulo Venturelli, Darci Piana, Etel Frota e Luci Collin. O Presidente Ernani Buchmann saudou a todos, agradeceu a presença, e apresentou o convidado da reunião, o juiz da comarca de Cantagalo no Paraná, o Dr. Rodrigo de Lima Mosimann, que veio solicitar apoio da Academia para um projeto de formação de leitores em escolas de sua comarca. Após a leitura do Credo Acadêmico pelo acadêmico Renê Ariel Dotti, realizou-se a apresentação individual de todos os presentes. O Presidente passou de imediato à comunicação dos avisos: em primeiro, convidou para a posse do recém-eleito acadêmico Marcio Renato dos Santos a se realizar no dia 16 de julho próximo, às 19h, no Paço da Liberdade, ocasião em que ele será saudado pelo acadêmico Guido Viaro. A seguir convidou para o lançamento da antologia poética da acadêmica Luci Collin a se realizar no dia 14 de julho próximo. Comunicou que aceitou, em nome da Academia, apoiar o projeto Bonijuris, que publicará livros dentro da coleção que leva o nome de Helena Kolody. De acordo com o projeto o autor financiará 50% da edição, podendo compensar pelos recursos auferidos durante o lançamento. E aproveitou para convidar para o lançamento do livro “Poema que vale a pena”, do desembargador Joatan Carvalho dentro desse projeto. Solicitou, então, o apoio e a aprovação dos acadêmicos presentes ao projeto Bonijuris. O apoio da Academia a essa iniciativa foi aprovado por unanimidade. O Presidente informou que iniciou tratativas em nome da APL de um convênio com o Instituto de Engenharia para um projeto que celebrará os 100 anos do referido Instituto a ser apresentado à Lei Rouanet. A seguir, a acadêmica Marta Morais da Costa apresentou os resultados de sua estada em Luanda, em Angola, entre 14 e 16 de junho p.p. para participar do II Festlab (Festival luso-afro-brasileiro) que teve a língua portuguesa e suas literaturas como tema central. A acadêmica apresentou sua visão pessoal sobre o povo e a cidade de Luanda, com seus contrastes e com a superação da guerra civil, terminada a menos de duas décadas. Discorreu sobre os temas do Festival e seus participantes e relatou as dificuldades do mercado livreiro, de edições e de acesso aos livros vividos pelo povo de Angola. Após sua fala, o acadêmico Renê Ariel Dotti sugeriu ao Presidente que encaminhasse ao Senado um documento de manifestação em favor da luta pelos direitos humanos em Angola. A seguir o acadêmico Laurentino Gomes expôs algumas observações sobre sua estada em Luanda para obter dados destinados a compor seus livros sore a escravidão no Brasil. Informou que Angola é um caso único na escravidão, porque os portugueses, que sempre faziam o comércio de escravos no litoral, adentraram o território angolano e o ocuparam, criando ali uma colônia. De tal forma Angola se tornou importante contra o império português que, em 1826, houve um movimento de união Angola-Brasil. A guerra de ruptura colonial de Angola foi de intensa rebeldia contra os portugueses. Afirmou que existe lá neste momento um choque de modernidade. Atualmente há uma forte atração de Angola pelo Brasil, alimentada em especial pelas novelas e pela influência da Rede Globo de televisão. A segunda palestra da manhã esteve a cargo do acadêmico Ernani Straube que há anos vem se debruçando sobre assuntos e estudos pertinentes à história e à geografia do Paraná. Para registrar e servir de bússola a futuras pesquisas, o acadêmico tem organizado esses estudos por ano, volume e página do que foi publicado no Boletim do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná, na Estante Paranista, na Revista do Centro de Estudos Bandeirantes e na Revista da Academia Paranaense de Letras. E recentemente finalizou a atualização dos dados referentes ao período 2010-2018, faltando apenas o ano de 2017. Foram 230 volumes pesquisados e o resultado é uma fonte para facilitar a pesquisa e mostrar o tesouro da literatura paranaense. A acadêmica Adélia Woellner atestou as dificuldades que encontrou ao tentar realizar o controle do material que enviou para o Boletim do IHGP e imagina a dimensão enorme do trabalho exigido para a organização a que o acadêmico se propôs e também por sua dedicação o cumprimentou elogiosamente. O acadêmico Flávio Arns se referiu à pesquisa que realizou sobre o professor Osvaldo Arns, seu pai. Para tanto, foi ao Colégio Bom Jesus e lá estava a história do colégio, toda organizada pelo professor Ernani Straube, o que foi de enorme proveito para seu trabalho. O acadêmico Ernani Straube referiu-se ao fato de que recebeu 50 fotografias para servir de documentos para a história do Bom Jesus e entregou no trabalho final 350 000 fotos! Aplausos gerais ao trabalho e à apresentação do referido acadêmico. A seguir o acadêmico João Manuel Simões leu a resenha que fez sobre o livro de acadêmica Cecília Maria Vieira Helm a respeito de laudos judiciais sobre os indígenas do Paraná a ser publicada na revista da Academia Paranaense de Letras. Trabalho que recebeu elogios de seu resenhista. A acadêmica Adélia Woellner convidou para a palestra de Nilmar Carta Winter sobre o poeta João Manoel Simões a se realizar no dia 15 de junho p.p. A acadêmica Chloris Casagrande Justen comunicou que no dia 14 de junho p.p. haveria uma homenagem aos 100 anos de existência do falecido desembargador Marçal Justen, “um juiz de amor e dedicação”, segundo suas palavras. Salientou que o nome do homenageado já está registrado em escola, parque, rua e praça de Curitiba. A Secretaria de Estado da Educação irá inaugurar um totem com sua biografia no pátio da escola que leva seu nome. O Presidente Ernani Buchmann comunicou o recebimento do livro “As três capitais do Brasil”, de Adilson Vasconcelos e de três volumes com literatura angolana, doados à biblioteca da APL pela acadêmica Marta Morais da Costa. A acadêmica Adélia Woellner informou que Cristina Gallerian, Secretária de Cultura de Piraquara, está organizando uma compra de livros e solicita uma listagem de títulos recomendáveis. O Presidente informou que haverá um estande para divulgação e venda de livros dos autores da APL na Semana Literária do SESC em setembro, e nela o Presidente lançará a novela “Balada em cinco tons de chumbo grosso”. O acadêmico Nilson Monteiro informou que esteve na Secretaria de Estado da Educação, acompanhado pela acadêmica Chloris Justen, onde foram informados que a SEED nomeou uma comissão para estudar o projeto “A Academia vai à escola”, de autoria da acadêmica Chloris Justen. O Presidente propôs que a APL ouça, na próxima reunião mensal, os dois acadêmicos candidatos ao Senado e seus projetos na área da cultura. A seguir, propôs a abertura do edital para preenchimento da cadeira número 37, ocupada pela acadêmica Clotilde Germiniani e vaga em razão de seu falecimento. Neste edital seria criada a exigência de comprovação de fortuna crítica do postulante, ou seja, a repercussão pública de sua obra. O acadêmico Renê Dotti afirmou que a APL é uma instituição de aprimoramento. Ela representa a etapa de uma carreira e de um trabalho. O candidato deve demonstrar a repercussão de seu conhecimento. Não é para iniciantes. Mostrou-se favorável à abertura do edital a partir do mês de agosto vindouro. O acadêmico Ricardo Pasquini ressaltou que não há critérios mínimos estabelecidos, sugerindo novamente a possibilidade de uma apresentação oral para que se conheçam mais informações sobre o candidato. O Presidente lembrou que esta sugestão já foi motivo de discussões anteriores. Disse que a apresentação poderia ser um caminho, pois as comprovações escritas podem não trazer todo o vigor do candidato. O acadêmico Albino Freire também mostrou-se favorável à sugestão do Dr. Pasquini, pois há dificuldade em lidar com alguns candidatos com obra insuficiente. Solicitou que fosse adiado a abertura do edital para propiciar o aparecimento de novos candidatos. A acadêmica Adélia Woellner sugeriu que o candidato encaminhasse um exemplar de cada livro publicado. Para esclarecer o entendimento de “fortuna crítica”, o Presidente a definiu como o que foi publicado sobre sua obra. E acrescentou que a comissão que analisa as inscrições pediu para fazer uma análise baseada no mérito e que a APL não deseja alguém que não tenha reconhecimento, havendo dois tipos de acadêmicos: os notáveis e os literatos. O acadêmico Carneiro Neto afirmou que a apresentação oral pode afugentar candidatos. O acadêmico Ricardo Pasquini sugeriu então dois critérios: a apresentação oral e o currículo. Após votação, a maioria dos acadêmicos votou pela recomendação da apresentação da fortuna crítica da obra do candidato e pela não realização de apresentações orais. A Comissão de avaliação regulamentará o que se entende por fortuna crítica. Por falta de tempo, a sugestão do acadêmico Ernani Straube para a criação de um colar acadêmico ficou adiada. Nada mais havendo a tratar, o Presidente encerrou a reunião da qual eu, secretária, lavrei a presente ata que vai por mim e pelo Presidente assinada.
Curitiba, 13 de junho de 2018.
Ernani Buchmann Marta Morais da Costa
Presidente Secretária
Deixe uma resposta