A primeira manifestação de Fernando Fontana sobre seu bisavô, Comendador Francisco Fasce Fontana, uma figura ímpar na história do Paraná, na primeira reunião de 2023, neste 8 de fevereiro, da Academia Paranaense de Letras, foi de tristeza por algo que considera uma “afronta”. Segundo ele, o busto de seu bisavô, que ficava em frente ao Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), “simplesmente desapareceu. É assim que infelizmente tratamos nossa história”.
Fontana proferiu palestra na Academia Paranaense de Letras, falando sobre a vida de seu bisavô, que nasceu em Nova Palmira, no Uruguai, filho de Giuseppe, um homem rico, e veio para o Paraná com 30 anos, casando-se com a filha do desembargador Ermelino de Leão. Francisco Fasce Fontana foi um dos mais importantes industriais de erva-mate no Paraná, assim como seu contemporâneo Idelfonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul.
Eles estiveram à frente, com o apoio do então presidente da província Alfredo D’ Escragnolle Taunay, da instalação do Passeio Público de Curitiba, em um banhado, em trecho do Rio Belém, próximo à fábrica de erva-mate de propriedade do Comendador Fontana.
Vários aspectos da biografia do Comendador Fontana, personalidade marcante na história do Paraná, inclusive sua dedicação à literatura, foram abordados e comentados por seu bisneto, que está escrevendo a história de Francisco Fasce Fontana.
Inúmeros outros assuntos foram tratados na extensa pauta de hoje na reunião da Academia Paranaense de Letras. Um deles, por exemplo é que a APL, sob a responsabilidade de sua vice-presidente, Marta Morais da Costa, entrará como proponente do projeto “Leituras no Belvedere” na Lei do Mecenato, com o aporte técnico da produtora cultural e diretora da Secretaria Estadual de Cultura, Laura Haddad. De acordo com Marta Morais da Costa, o objetivo é, em grupos dinâmicos, ampliar a discussão sobre arte e suas várias manifestações, com o debate de questões temáticas.
O “acadêmico” (tomará posse em março) Fernando Severo frisou que “o mecenato é concorrido e é preciso correr. Um item com pontuação alta é a democratização, a inclusão e a contrapartida social. E isso nós temos e podemos e devemos oferecer”.
A APL também participará das comemorações dos 330 anos de Curitiba. De acordo com o presidente da Academia, Paulo Vitola, que esteve em contato com a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Castro. A sacada do Belvedere servirá de palco para apresentações musicais, com a Orquestra de Cordas e da Orquestra de Sopros do Conservatório de MPB.
A reunião desta quarta também discutiu a realização de um evento, em parceria com a Biblioteca Pública do Paraná, com o tema “A letra da canção como forma literária”, com mesa formada por compositores, letristas e professores de Literatura. A data não foi definida.
O acadêmico Ernani Buchmann detalhou, ainda, um convênio de colaboração para o resgate da memória do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Vários outros assuntos foram discutidos na reunião de hoje e, ao final, o presidente da entidade, Paulo Vitola, declarou aberta a vaga da cadeira 17, cujo último ocupante foi o Irmão Clemente Ivo Juliatto.
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