Nasceu em Curitiba, em 6 de junho de 1852, pai do acadê­mico Serafim França. Na ânsia por maiores voos, mudou-se para São Paulo, onde cursou o seminário, completado aos 18 anos de idade. Desejoso por realizar uma das vontades de sua mãe Florência, matriculou-se na Escola Militar, se­diada no Rio. Mas após três anos de caserna, de inquie­tudes e de saudades, abandonou a carreira das armas, retornando aos seus pagos. Ingressou na imprensa, ao fundar o semanário dominical Íris Paranaense. Enquadrado como pertencente à geração gloriosa, no entender de Rodrigo Júnior, foi festejado como um pensador de ideias avançadas, porém modesto.

Por ocasião da visita do imperador D. Pedro II, em 1880, Curitiba se engalanou. O baile de gala, nos salões do Museu Paranaense, deveria ser precedido de uma apresentação de nossa cultura, um torneio de poesias. Para tanto, foram convocados Luiz França e o poeta Gabriel Pereira, este na época considerado um dos mais aplaudidos declamado­res. E Luiz França brilharia com o seu poema Cidade Luz, um sonho onde a civilização ocidental se resumia em Paris.

Apaixonado pela leitura, conhecedor de vários idiomas, lia Byron, Tennyson, Longfellow, todos no original, deixando muitos livros por editar. Dedicado à família, na sua casa modesta da Rua Ébano Pereira reunia, na sala da fren­te, a fina flor da sociedade. Governadores, secretários de Estado, militares, toda a roda palaciana e social lá se concentrava para confabular e solucionar problemas, todos ao redor de um homem simples, sem poderes de mando, mas respeitado por suas sábias decisões, fruto de uma consciência iluminada e serena. Daquelas reuniões saíram os decretos mais judiciosos e prudentes do passado republicano paranaense.

Faleceu em Curitiba a 26 de março de 1921. Seu filho, Serafim, deixaria essa linda página de sauda­de, um hino de louvor, o soneto Meu Pai, recordados aqui os seus tercetos: “Nunca lhe vi faltar a fonte estuante/de uma heroica bondade vigilante./Bela herança de que me glorifico!//O seu lar foi modesto, quase pobre,/Mas, nos exemplos, nunca vi um mais nobre/E, nas virtudes, nunca vi um mais rico. (WB)

Fundador: Serafim França (1888-1967)
1.º Ocupante: Assad Amadeu Yassim (1935-1985)
2.º Ocupante: Chloris Casagrande Justen (1923)