Nascido em São José dos Pinhais, no dia 21 de janeiro de 1878. Foi até há bem pouco tempo um dos poetas brasileiros mais discutidos, não pela beleza dos seus versos, mas por ter servido de tema à polêmica em torno do poema Os 18 do Forte, sua obra mais conhecida. Houve quem lhe contestasse a autoria, finalmente esclarecida em seu favor pelos depoimentos de figuras insuspeitas do porte de Manuel Bandeira e Olegário Mariano. A confusão em torno dessa paternidade derivou do fato de ter sido o poema publicado, sem assinatura, no Correio da Manhã, do Rio, em 1922. Afora esse poema épico, que retrata de forma dramática a epopeia do Forte de Copacabana, merecem especial relevo os sonetos e outros poemas que compôs, reveladores de um talento criativo incomum, conforme a opinião de Colombo de Sousa e Felício Raitani Neto, em Letras Paranaenses, antologia publicada em 1970.
Embora tivesse lançado seu primeiro livro Canções Natais, com poemas líricos e românticos frutos de amor da adolescência, o sonho maior que o embalava apontava para a caserna, pois desejava seguir a carreira das armas. Conseguiu, com muito esforço da família, chegar à Escola Militar, no Rio de Janeiro. Desiludido, depois de experimentar rosas e espinhos, dela se desligou. Tinha alma de soldado, mas coração de poeta. “Ele nasceu poeta por decreto do céu”, repetindo o que disse de Victor Hugo o inimitável Renan, na apropriada citação de Durval Borges.
Os livros foram sempre os seus melhores amigos, companheiros inseparáveis de todas as horas. Literatura, ciências, religião, filosofia e matemática, foram-lhe como fontes que quanto mais devoradas, mais sede despertavam. Em grande parte do seu trabalho transparece a pujança da sua erudição. Da catástrofe de Copacabana até o dia do seu falecimento, 18 de maio de 1929, medearam sete anos que rolaram ante seus olhos inquietos, sete anos de sofrimentos que lhe revitalizaram o espírito adentrado ao recolhimento das vigílias.
Faleceu em casa de sua irmã Leontina, no bairro carioca de Engenho de Dentro, irmã que lhe fora “sombra para o seu cansaço, desvelo para as inquietudes, consolo para as amarguras, ânimo para seus desalentos e bálsamo para as suas dores.” (TV)
Fundador: Durval Borges de Macedo (1895-1984)
1.º Ocupante: Mário Marcondes de Albuquerque (1915-1998)
2.º Ocupante: Carlos Roberto Antunes dos Santos (1945-2013)
3.º Ocupante: Maria José Justino (1946)