Desabafo na Academia

Desabafo na Academia

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Uma enfática reclamação da atriz e escritora Cléo Busatto, autora e editora de, entre outros, oito livros selecionados pelo Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD), com ações voltadas aos alunos e professores das escolas públicas do país, marcou a reunião desta quarta-feira (1.° de novembro) da Academia Paranaense de Letras.

Apesar de haver vendido, segundo ela, 500 mil exemplares com a soma de seus 42 livros publicados, “não sou reconhecida e nem chamada para promoções culturais em Curitiba. Há um certo feitiço contra mim, ignorada pelas instituições oficiais. Sou invisível na cidade”.

Nascida em Capinzal (SC), Cléo iniciou sua carreira artística, em Curitiba, nos anos 1970, junto ao atual presidente da APL, Paulo Vítola, no espetáculo teatral “Curitiba velha de guerra”. Ela seguiu transitando entre a literatura e o teatro, inclusive em São Paulo, onde, em 1979, esteve na inauguração do Teatro Oficina. Na oportunidade, foi convidada pelo diretor José Carlos Machado para um projeto ousado e participou da primeira peça com cenas de nudez depois da promulgação do Ato Institucional número 5 (AI-5), em plena ditadura militar.
Em literatura, um de seus grandes sucessos foi o livro “A fofa do terceiro andar”, finalista do Prêmio Jabuti em 2016. “Este livro vendeu mais de 100 mil exemplares”, disse Cléo. Depois de vários comentários sobre suas duas principais áreas de atuação e do “esquecimento” que enfrenta em Curitiba, Cléo Busatto comentou: “Aqui, hoje, meu feitiço de ser esquecida parece ter acabado”.
Na mesma reunião, entre outros assuntos, o acadêmico Ernani Buchmann falou sobre o Encontro Nacional das Academias Estaduais de Letras, recentemente realizado em Campo Grande (MS). O encontro reuniu representantes de 17 das academias estaduais de letras, com a proposta e o esboço de um fórum nacional destas entidades.

Também no encontro de hoje, a acadêmica Maria José Justino informou sobre providências da comemoração do Centenário de Poty Lazarotto, em 2024, com a recuperação de várias de suas obras (a principal será a restauração do Monumento ao Tropeiro, na Lapa), além de uma exposição, da qual será curadora, com 600 peças do artista.

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