Paranismo e celebração da palavra

Paranismo e celebração da palavra

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Nos anos 1920, o Paranismo foi antes de tudo um movimento ideológico que, paralelo a várias manifestações artísticas e de comunicação (fotografia, cinema, pintura, escultura, arquitetura, jornalismo etc.), buscava o estabelecimento de uma entidade regional, usando principalmente elementos da flora e da fauna.

Esse foi um dos pontos no debate sobre o tema, posterior à palestra de Marcelo Sutil, mestre e doutor em História, responsável pela Escola de Patrimônio da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) na reunião da última quarta-feira (dia 12) na Academia Paranaense de Letras.

Durante a palestra, foi distribuído aos acadêmicos o livro “Paranismo”, escrito pelo professor José Roberto Teixeira Leite, recentemente lançado pela FCC.

De acordo com Sutil, nos anos 1920 os conceitos paranistas tomavam conta do círculo de cineastas, jornalistas, intelectuais de uma forma geral e, principalmente de pintores e escultores, “que tiveram papel acentuado na divulgação do ideário paranista, em linguagem universal da imagem, que foi primordial para a formação do seu imaginário”.

Nesse cenário, Alfredo Romário Martins, jornalista, historiador e também deputado, com forte atuação política, destacou-se como responsável pelas bases intelectuais e conceituais que buscavam construir uma simbologia capaz de identificar o Paraná, “afirmando sua identidade e sua gente no cenário nacional”, comentou Sutil. Ficou famoso um manifesto de sua autoria, escrito em 1927, definindo o que era ser paranista.

Nesse processo, houve várias manifestações diversificadas e inúmeras controvérsias, geradas inclusive por vários artistas notáveis em escalas estadual, nacional e internacional.

Entre outros assuntos de destaque da reunião de julho da Academia Paranaense de Letras, também foi ressaltada a realização do 1.° Festival da Palavra, previsto para 27 de setembro a 1.° de outubro deste ano.

Segundo a acadêmica e escritora Luci Collin, “o festival está sendo desenhado para ser uma celebração da palavra em todas as suas formas”. A escritora, que é curadora do evento, acentuou que “a APL terá inserção como grande parceira da Fundação Cultural de Curitiba, celebrando a palavra e sua inteiração com várias artes, especialmente com a literatura”.

A ideia do Festival partiu do prefeito curitibano e também membro da APL Rafael Greca, sob responsabilidade da Fundação Cultural de Curitiba. “Como os festivais de teatro e música, já sedimentados, o sonho é que esse novo acontecimento na capital paranaense seja realizado anualmente, com artistas de vários países e participação do maior número de pessoas em diversos locais, como, por exemplo, o Belvedere, sede de nossa academia”, comentou Luci.

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