Segundo se constata pela física quântica, através de Werner Eisenberg, que formulou o princípio da incerteza, as micropartículas que constituem nosso Universo atuam dependendo de nossa observação, isto é, reagindo de acordo como os objetivos que pretendemos atingir, seja velocidade, localização ou comunicação a distância. Ora, essas reações a partir de nossa subjetividade é uma demonstração evidente de que nós podemos, com nossos propósitos, forjar as realidades, como sempre acreditou a alquimia clássica.
Dessa forma, fica demonstrado que há uma mútua dependência entre o Espírito e a Natureza e que eles mantêm uma conexão, com precedência do primeiro, sem o qual não há experiência de vida intelectual, o que nos coloca num nível não físico ou material, pois que se move exclusivamente dentro de perspectivas simbólicas ou virtuais, utilizando nosso corpo físico apenas como instrumento de ação. Ora, esse afastamento de nosso eu de suas condições materiais representa uma transcendência não facilmente constatável em nível prático, pela evidência de sua realidade (o que é explícito não precisa ser demonstrado!).
Com efeito, essa constatação não é evidente, exigindo de cada um de nós um esforço intelectual acima do experimental, não se tornando acessível à maioria das pessoas, que vivem preocupadas apenas com as tarefas de sua sobrevivência. Muito ainda a humanidade terá de evoluir em termos de inteligência, no dia em que ela possa estar disponível para uma boa parcela da população.
Pois que a observação virtual é etérea, não se encontra no nível corriqueiro de nossas necessidades, exigindo que aprendamos a tratar a realidade de forma não apenas como percebida pelos nossos sentidos exteriores, mas que também possui dimensões profundas, além das aparências. Ora, isso significa abrir nosso entendimento para o mundo espiritual, que se encontra acima de nossa vida biológica.
Ora, isso demonstra dificuldades reais quando se trata de alcançar nossa espiritualidade, nos exigindo uma ascese de renúncias, não sendo encontrada facilmente. Não obstante, essas renúncias não são negativas, mas representam o encontro com nossa verdadeira natureza, a alegria de ter encontrado o sentido de nossa verdadeira missão nesta terra, que é amar com desprendimento.