Filho de Egídio Pilotto e Luísa Selmer Pilotto, nasceu em Dorizon, Paraná, no dia 23 de abril de 1903. Ensaísta con­sagrado, foi das mais expressivas inteligências contemporâne­as. Jornalista, poeta e historiador, soube usar a retórica com mestria. Filósofo dos acontecimentos, observador arguto. Um polígrafo. No serviço público, fez carreira na Polícia Civil. Bacharelou-se em Direito em 1932 e foi secretário de Estado dos Negócios da Segurança Pública, interino. Iniciou-se em 1935 com Humilde, prosseguiu com Paranistas e não parou mais de escrever e publicar, sendo autor de mais de 50 títulos. Em 1926, teve na Gazeta do Povo sua primeira publicação e, nesse mesmo periódico, manteve durante décadas coluna semanal. Os anos, porém, fizeram que o ardoroso polemista da década de vinte, trinta e quarenta arrefecesse o ardor da luta pelas grandes causas e enveredasse pela filosofia circunstancial, mística na maioria das vezes, como provam seus esplêndidos e marcantes ensaios sobre Tolstoi. Daí o porquê de o autor de Histórias e Historiógrafos e do Diário do Tempo Ruim ter muito cedo, sem desvinculação do território natal, transposto as confi­gurações regionais, passando para o domínio nacional. Pensavam assim Pedro Calmon, Deolindo Amorim e Andrade Muricy, que o tinham em alta conta.

Pertenceu à geração e ao grupo que pretendeu transpor a experiência futurista para o Paraná, assinando-se Oto Di La Nave e ameaçando publicar Tripanossomos lapis­lazulis da Crença. Como os demais companheiros Correia Júnior, Alceu Chichorro e Laertes Munhoz – comportavam-se da mesma forma, parecia que o movimento tendia a fortalecer-se. Mas deu em nada porque logo, com força estrutural, em âmbito maior, veio o Modernismo, ao qual se integraram de corpo e alma, no início, para depois se entibiarem alguns – caso de Valfrido -, reassumindo gêneros conservadores, mas bos­quejando ecléticas texturas.

Alguns de seus livros: Assis Cintra e a Tragédia do Quilômetro 65 – Refutação; Páginas de Casa; Profanações e Registros Muito Pensados; Construamos com a Verdade a His­tória do Paraná; Tinguianas; Rocha Pombo; De um Dia e de Sempre; Contra o Entre­guismo Histórico; Querência; Paraná em Ritmo Veloz; Quando o Paraná se Levantou Como uma Nação; Jornadas do Redizer; Mensagem à Juventude; A Estirpe Apostolar de Dario Vellozo. Foi conhecedor profundo da língua portuguesa. Exerceu a presidência do Centro de Letras do Paraná e da Academia Paranaense de Letras, da qual foi um dos fun­dadores. Faleceu no dia 10 de março de 2006, em Matinhos, com 102 anos. Faria 103 no imediato 23 de abril. (VHJ)

Patrono: Antônio Vieira dos Santos (1784-1854)
Fundador: José Francisco da Rocha Pombo (1857-1933)
2.º Ocupante: Dante Mendonça (1951)