Nasceu na Bahia em 7 de junho de 1893. Aos 27 anos de idade ligou-se ao Paraná, ao ingressar na magis­tratura como juiz de direito substituto da Comarca de Castro.

Militava na advocacia. Foi também promotor público de União da Vitória. Nessas funções, tomou conheci­mento da publicação, em 1921, de editais de um con­curso em Curitiba para provimento da cadeira de por­tuguês no antigo Ginásio Paranaense. Inscreveu-se, concorrendo com os notáveis e célebres Pe. Eurípedes Olímpio de Oliveira e Sousa e Fernando Moreira. Nesse memorável concurso o candi­dato baiano saiu vitorioso, fixando, desde então, resistência em Curitiba. Abandonou de vez a magistratura e entrou para o quadro de professores do Ginásio Paranaense. Dois anos depois seria nomeado catedrático da Escola Normal Secundária de Curitiba, da qual também foi diretor.

Polemista e conferencista católico, sua bibliografia filológica é extensa. Em 1939, o governo de São Paulo o contratou para lecionar a disciplina de filologia portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. No Rio, fundou, com Cláudio de Sousa, o PEN Clube do Brasil.

Foi colaborador da Revista da Língua Portuguesa, do jornal Correio da Manhã. Representando o Brasil, compareceu ao 4.º Congresso Internacional de Linguistas, na Universidade de Copenhague, ao lado de luminares como Ramiz Galvão, João Oiticica, Antenor Nascentes e Laudelino Freire. Foi quando a Academia Brasileira de Letras lhe fez convite para colaborar nos trabalhos pertinentes ao acordo ortográfico firmado com a Academia das Ciências de Lisboa, surgindo desse trabalho o Vocabulário Orto­gráfico da ABL.

Discípulo dileto de Carneiro Ribeiro e admirador de Rui Barbosa, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística o convocou para uma função técnica, a feitura dos topôni­mos, como O Topônimo Goiás, que denota conhecimento de história, geografia e até linguística indígena e pode ser classificado entre os mais completos e criteriosos que têm aparecido. Redator da nossa Constituição Federal de 1946, foi combatido, incom­preendido e até perseguido.

Ao escrever suas obras didáticas, ao elaborar os seus anteprojetos de ortografia, ao pesquisar incansavelmente sobre topônimos indígenas ou ao se deter na investigação dos arcaísmos, manteve sempre a dignidade de mestre, longe de grupelhos literários. Morreu prematuramente, aos 61 anos de idade, no Rio de Janeiro, em 1954. (WB)

Patrono: Ubaldino do Amaral Fontoura (1842-1920)
Fundador: Euclides da Mota Bandeira e Silva (1876-1947)
2.º Ocupante: Faris Antônio Salomão Michaele (1912-1977)
3.º Ocupante: Ernani Costa Straube (1929)