Nasceu em Curitiba no dia 22 de novembro de 1876. Aluno inteligente, em 1890 recebeu o reconhecimento público e expresso do professor José Cleto da Silva, em nome da Superintendência do Ensino Público, por ter sido aprova­do com distinção. Pelo interesse e dedicação aos estudos, mais pelo caráter combativo que demonstrava, habilitou-se, o futuro jornalista, a cursar a Escola Militar. Serviu, na ocasião, diante das circuns­tâncias, às tropas governistas do marechal Floriano, durante a Revolução Federalista de 1893. Ao participar, porém, de movimento de sedição, em 1895 — gênio bravo e bravio —, foi excluído da Escola, o que implicou no seu retorno para Curitiba. Inicia­va, assim, quase naturalmente, uma vida inteira dedicada ao jornalismo. Foi dos mais admirados escritores paranaenses. Forma apuradíssima, fez literatura de qualidade e nele, mais do que o jornalista integral, destacava-se o grande poeta: O Sapo, expressi­vo e esmerado poema, ainda hoje é lembrado com regularidade. Suas obras, todavia, em prosa ou em verso, não mereceram reedições. Infelizmente, são encontráveis ape­nas em raras bibliotecas.

Juntamente com Emiliano Perneta, fundou o Centro de Letras do Paraná. Ficou co­nhecido, informalmente, como “Príncipe do Jornalismo Paranaense”, com merecimento, título legado mais tarde a Raul Rodrigues Gomes, seu discípulo no antigo Diário da Tarde, reconhecida escola de letras comandada por Bandeira.

Participante do movimento simbolista, teve em Silveira Netto o grande mentor. Fazia-se presente em todas as revistas literárias, de arte e de gênero, que na medida sur­giam: Clube Curitibano — talvez a mais importante pela popularidade e tempo de duração —, Pallium, O Sapo, Fanal, Electra, Azul, Turris Ebúrnea e Stellario.

Tem publicados: Heréticos, 1901; A Mulher e o Romanismo, 1901; Ditirambos, 1901; Velhas Páginas, 1903; Versos Piegas, 1903; Ouropéis, 1906; Colcha de Retalhos, re­vista teatral escrita com Generoso Borges, José Gelbecke e Serafim França em 1906, representada no Teatro Guaíra; Troças e Troços, 1909; O Monstro — novela; Respingos Históricos, 1939; Prediletos, 1940 e Crônicas Locais, 1941.

Euclides Bandeira exerceu papel decisivo e influente na literatura paranaense. Sua atuação merece ser apreciada com respeito e profundidade, face à época e aos fatores circunstanciais.

Faleceu em Curitiba no dia 26 de agosto de 1947. É um dos fundadores da Academia Paranaense de Letras. (VHJ)

Patrono: Ubaldino do Amaral Fontoura (1842-1920)
1.º Ocupante: José de Sá Nunes (1893-1954)
2.º Ocupante: Faris Antônio Salomão Michaele (1912-1977)
3.º Ocupante: Ernani Costa Straube (1929)