Nascido em Morretes em 4 de agosto de 1879, fez os estudos primários com o mestre Arthur Loyola. Após os exames preparatórios no Ginásio Paranaense, matricu­lou-se na Faculdade de Direito da Universidade do Paraná, bacharelando-se em 1922.

Funcionário público do Ministério da Fazenda, serviu em Curitiba na Delegacia Fiscal do Tesouro Federal, sendo figura indispensável nas tertúlias e serões de arte, das reuniões do Clube Curitibano e da Sociedade Thalia. Excelente palestrador e declamador, andava sempre pela Rua XV em bate-papo com amigos. Boníssimo de coração, mesmo sem ser solicitado, socorria com presteza e desinteressadamente aos que necessitavam ou de seus serviços profis­sionais ou de sua influência no meio social.

Sócio fundador do Centro de Letras do Paraná e seu orador, são suas inúmeras letras para as melodias de Bento Mossurunga e de Benedito Nicolau dos Santos. Deixou ape­nas dois livros publicados, Missas, sonetos, 1905, de feição simbolista, aplaudido por Andrade Muricy e, em 1950, Acordes, edição do Centro de Letras. Isto, além de um discurso recepcionando Serafim França na Academia Paranaense de Letras, em sessão solene de 26 de setembro de 1940, nos salões do Clube Curitibano.

Colaborador de praticamente todas as revistas e jornais curitibanos, ligado ao grupo de O Olho da Rua, muitos de seus trabalhos literários andam mascarados sob os pseu­dônimos G. de Ivone, Xisto e Xisto Pandorga.

Incursionou também pela arte cênica com as revistas: Colcha de Retalhos, em cola­boração com Serafim França, Euclides Bandeira e Generoso Borges, música de Luís Bastos, representada pela primeira vez no Teatro Guaíra, em 22 de julho de 1906; Coritiba em Cinematógrafo, também com Serafim França e Luís Bastos, apresentada no mesmo Teatro em 11, 26 e 29 de novembro de 1908 e Do Rio Grande a Curitiba!, com Doulival Moura, encenada no Teatro Politeama, em 16 e 17 de dezembro de 1911, pela Companhia Dramática Luso-Brasileira.

Octogenário, faleceu em 2 de dezembro de 1960. O Centro de Letras o homenageou em sessão de 26 de fevereiro de 1962, com a inauguração de seu retrato na Galeria da Saudade. (WB)

Patrono: José Gonçalves de Moraes (1849-1909)
1.º Ocupante: Arildo José de Albuquerque (1914-1974)
2.º Ocupante: Joaquim Carvalho (1910-1986)
3.º Ocupante: Carlos Alberto Sanches (1941)