Nasceu em Morretes em 15 de janeiro de 1849. Aos sete anos de idade perdeu o pai, Américo, ficando com sua mãe, Escolástica, a dura tarefa de educar o filho. Começou cedo a trabalhar e já aos 18 anos de idade foi nomeado professor público em sua cidade natal. Tornou-se mais tarde sócio de uma casa comercial com um de seus irmãos. Foi também tabelião, professor, deputado provincial por duas legisla­turas, vereador, inspetor escolar em Curitiba, gerente da Caixa Econômica Federal, diretor da Secretaria de Obras Públicas no governo de Santos Andrade. Casou com Francisca e desta união nasceu o filho, Aguilar Moraes, também poeta e prosador.

Desde pequeno, revelou inclinação para a poesia e, em 1874, lançou seu único livro, Semprevivas. Interessado pela cultura de seu povo, fundou o Internato Moraes. Inau­gurou o primeiro prelo da cidade de Morretes, sendo compositor e impressor do pri­meiro jornal morretense. Com alguns companheiros criou diversas sociedades literá­rias e sociais, como Amor ao Estudo, Clube Alfa e Filodramática Morretense.

Interessante que a sua veia humorística, alegre, jovial, não combinava com a sua apa­rência física, homem de estatura mediana, esmarrido, barba rala, de aspecto grave, sorriso parcimonioso, sobrecasaca preta, chapéu coco e nasóculos, embora conversa­dor agradável, ainda que comedido ao falar.

Abolicionista fervoroso, poeta, cronista, tradutor e jornalista, dono de sólida cultura alicerçada num humanismo impregnado de latinidade, lendo, traduzindo e falando com esmero o latim. Colaborador de jornais e revistas, organizou os quatro primeiros números do Almanaque Paranaense. Sua pretensão era a de reunir seus versos no livro Curitibanas, conforme costumava revelar aos amigos na livraria da Impressora Para­naense, na Rua XV. Chegou a escrever a novela realista Maria Clara, datada de 1889, inédita, cujos originais andariam à época em mãos de Raul Gomes.

Adoecendo em 1904, retirou-se do ambiente literário curitibano, retornando a Morretes, onde faleceu na terça-feira, 21 de setembro de 1909. (WB)

Fundador: José Gelbecke (1879-1960)
1.º Ocupante: Arildo José de Albuquerque (1914-1974)
2.º Ocupante: Joaquim Carvalho (1910-1986)
3.º Ocupante: Carlos Alberto Sanches (1941)