Nasceu em Paranaguá em 19 de janeiro de 1850. Seria tudo na vida, incluindo político, negociante, comissário de polícia, professor, fazendeiro, administrador das capatazias do Porto de Paranaguá, jornalista, fundador de diversos periódicos, deputado estadual, abolicionista ferrenho, republicano, po­eta, delegado literário do ensino, prefeito municipal em São Pedro de Itararé – onde fundou o Clube de Leitura – educador e libertador de escravos. E diga-se que no desempenho des­sas missões, algumas de enlevo espiritual, outras de sacrifício, sempre se houve com galhardia e brilhantismo. Uma infância cheia de dificuldades e, órfão de pai com ape­nas cinco anos de idade, bem cedo enfrentou as durezas da vida, passando a residir na casa de um tio que lhe deu tratamento severo e cruel.

Logo que pôde, abandonou a casa de seu tutor, deixando o litoral e alcançando o pla­nalto curitibano em busca de novos horizontes. Em companhia de João Carvalho de Oliveira, dedicou-se ao comércio, seduzindo os clientes a tocar viola ante um círculo de admiradores, daí advindo o apelido de Albino Viola.

Mesmo sem ter alisado os bancos escolares, revelou-se poeta e, depois, jornalista, fundando seis jornais pelas cidades por onde passou: O Escolar e O Guaíra, em Campo Largo; O Diabinho, em Curitiba; Pátria Livre e Leitura Popular, em Paranaguá e Ponta Grossa. Publicou um único livro de poesias, Flores Campesinas, alguns folhetos e con­tos. Casado com a campo-larguense Rosinha, seus nove filhos herdaram-lhe o nome honrado e a inteligência. Cinco deles, Niepce, Zeno, Aldo, Ciro e Alda participaram da fundação do Centro de Letras do Paraná. Entregou-se à tarefa de lutar contra a escra­vidão chegando, muitas vezes, a ocultar em sua residência os escravos que fugiam do cativeiro, sofrendo pelo gesto altaneiro perseguições políticas. Certamente um dos mais estusiastas propagandistas do regime republicano no Paraná, fundando, em Para­naguá, o Clube Republicano e o jornal Pátria Livre – este com excelentes colaboradores, como Leôncio Correia e Emiliano Perneta.

Faleceu aos 55 anos de idade, em Ponta Grossa, em 24 de junho de 1905. (WB)

Fundador: José Niepce da Silva (1876-1935)
1.º Ocupante: Ciro Silva (1881-1968)
2.º Ocupante: Francisco Pereira da Silva (1908-1974)
3.º Ocupante: Samuel Guimarães da Costa (1918-1997)
4.º Ocupante: Luiz Geraldo Mazza (1931)