Dois meses depois da chegada do filólogo Carlos Alberto Teixeira Coelho ao Brasil, vindo do Porto, nasceu em Curi­tiba, em 2 de novembro de 1894, Coelho Júnior, no Alto do São Francisco, no solar do tio-avô, o comerciante José Natividade Teixeira de Meireles. Foi iniciado nas primeiras letras por sua tia, Mariana Coelho, que com eles também viera, pioneira da emancipação feminina, autora de um livro premiado pela Academia Brasileira de Letras, Paraná Mental.

Com o término da guerra civil no Paraná, seu pai se estabeleceu com uma farmácia em Ponta Grossa e para lá foi toda a família. Foi aluno do professor, historiador, matemá­tico, ex-oficial do Exército argentino João Becker, um dos fundadores do Instituto Dr. João Cândido. Terminou o secundário na cidade natal.

Em 1910, com o regresso definitivo da família para Curitiba, Coelho decidiu enfrentar o vestibular para o curso de Engenharia no Mackenzie College, em São Paulo. Mais tarde foi para o Rio, mantendo contato com Lopes Trovão e Lima Barreto, hospedado em casa de sua prima, Biluca. Nessa altura, em 1918, trabalhava para os jornais cariocas O País e A Rua, ganhando por mês, duzentos e cinquenta mil réis.

Com a mudança dos primos para Paquetá, ele passou a dividir quarto com o jornalista português Campos Júnior, à Rua Evaristo da Veiga, bem no centro do Rio. Por indicação de seu colega Monteiro Neto ganhou o cargo de topógrafo para desenho e fixação de pranchas de um projeto do ramal na Baixada Fluminense, agora com o ordenado de quinhentos mil réis. Recebendo melhor salário, alugou sozinho um quarto de pen­são na Rua Dona Luísa. Ao andar pelos cabarés do Rio e se encontrar com Edmundo Mercer, resolveu retornar ao Paraná, já que o amigo estava encarregado de grandes trabalhos topográficos no nosso Oeste. Coelho Júnior tornou-se um bandeirante, per­correndo milhares de quilômetros a pé, a cavalo, de canoa, com o teodolito em punho, a medir e demarcar terras. Sertanista nato, viveu na selva momentos de aventuras, narrando-as em Perfis e Panoramas, 1940. Em 1946 surge Pelas Selvas e Rios do Para­ná, memórias de sua estada em sertões paranaenses.

Cronista, poeta e contista pouco divulgado, eleito para o Centro de Letras do Paraná em 21 de novembro de 1944, faleceu em Curitiba em 21 de junho de 1969. (WB)

Patrono: Leônidas Fernandes de Barros (1865-1926)
Fundador: Adolpho Jansen Werneck de Capistrano (1877-1932)
1.º Ocupante: Alcindo Lima (1902-1945)
3.º Ocupante: Ladislau Romanowski (1902-1997)
4.º Ocupante: Leonilda Hilgenberg Justus (1923-2012)
5.º Ocupante: Darci Piana (1941)